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Uma noite em 2025: FestClubeSP revive espírito dos festivais dos anos 60

  • Foto do escritor: Guilherme Moro
    Guilherme Moro
  • 1 de jun.
  • 3 min de leitura

Eu não era nascido, mas quando assisti no YouTube o documentário "Uma Noite em 67", que relata com detalhes o Festival de Música Popular Brasileira de 1967, ficava imaginando como seria presenciar todos aqueles artistas em seus auges criativos. Caetano, Chico, Gil, Roberto, Elis, Simonal... ufa! Que noite lendária. Infelizmente não é possível voltar à noite que mudou o rumo da música brasileira. Mas a qualidade das músicas e dos artistas que presenciei na final da 4ª edição do FestClubeSP, promovido pelo Sindi Clubes no auditório do Clube A Hebraica em São Paulo, me transportou para um festival de música da década de 1960.


Foto: Flávio Florido
Foto: Flávio Florido

O formato era similar. Claro, sem as vaias do público para a apresentação de Sérgio Ricardo em "Beto Bom de Bola". Duas seletivas definiram as 12 músicas finalistas, que concorreriam aos prêmios de primeiro, segundo e terceiro lugar, além da melhor interpretação. Todos os artistas são sócios de clubes filiados ao Sindi Clubes.


E o que se viu foi um desfile de talento que honrou a tradição dos grandes festivais. A grande vencedora da noite foi “Praia da Lua”, composta por Halana Amaro e Zeca Barreto, com interpretação delicada e intensa de Jéssica Stephens, representando o Harmonia Tênis Clube, de São José do Rio Preto. A canção cativou com sua atmosfera suave e melancólica, levada pelo violão preciso de Zeca Barreto. Um momento de pura contemplação no palco, digno do primeiro lugar.


O segundo lugar ficou com “Cura”, de Marina Ferraz, representando o Minas Tênis Clube. A compositora e intérprete mineira entregou uma apresentação forte, com letra sensível e melodia comprimida nas primeiras estrofes, marcada por uma levada de bateria totalmente quebrada epela interpretação carregada de emoção e presença cênica.


Fechando o pódio, Matt Honor levou o terceiro lugar com o rock autoral “Só Você Não Vê”, ao lado de uma banda afiadíssima formada por Cesynha Silva na bateria, Raoni Brascher na guitarra e Ulisses Dornellas no baixo. Representando o Trianon Clube, o grupo trouxe energia ao festival com um groove moderno e uma performance segura e intensa. A plateia reagiu com entusiasmo, marcando o momento mais dançante da noite.



O prêmio de Melhor Intérprete ficou com a dupla Marcia Cherubin e Zé Alexandre, que emocionaram a todos com “A Sede Justa de Falar de Amor”. A canção, lírica e potente, ganhou ainda mais força na entrega vocal de ambos, acompanhados pelo violão sensível de Beto Mariola. Representando a Associação Desportiva Classista da General Motors, o dueto arrancou aplausos de pé.


A noite ainda reservou espaço para reconhecimento especial. A menção honrosa foi para “Pelo Caminho Que Eu Trilho”, canção assinada por Angela Ministério, Marco Vilane e Alexandre Lemos. Vilane, que também a interpretou, representando o Fluminense Football Club, mostrou firmeza vocal e sensibilidade na condução da música, provando que boas composições sempre encontrarão seu espaço, mesmo entre gigantes.

A noite de celebração da música autoral ganhou um brilho ainda mais especial com o show de encerramento de Zeca Baleiro, que apresentou sua turnê “Piano”, em formato voz e piano, ao lado de Adriano Magoo. Com um repertório que passeou por clássicos como Telegrama e Vapor Barato, além de releituras de outros artistas, Baleiro encantou o público com interpretações intimistas e cheias de lirismo. Entre uma canção e outra, o cantor também soltou seu bom humor característico, interagindo com a plateia e reforçando o clima de conexão artística que marcou toda a final do FestClubeSP.



A 4ª edição do FestClubeSP foi, acima de tudo, um lembrete de que a música autoral brasileira segue viva, pulsante e cheia de criatividade, contratiando os discursos de quem pouco ouve novidades. O festival reafirmou seu papel de vitrine para novos talentos, e quem sabe, também, de passaporte para futuras lendas. Se a noite de 1967 foi histórica, a de 2025, guardadas as proporções, teve um brilho que não fica tão atrás assim.



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