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Viviane Batidão transforma o tecnomelody em espetáculo pop do Pará em novo lançamento: “Aparelhagem é identidade"

  • Foto do escritor: Guilherme Moro
    Guilherme Moro
  • há 4 horas
  • 3 min de leitura

O tecnomelody nasceu no Norte do Brasil, embalado pelo som das aparelhagens, pelas cores das festas populares e pelas batidas que misturam brega, cúmbia, merengue e eletrônica. No meio dessa revolução sonora, um nome se consolidou: Viviane Batidão. Com mais de 15 anos de carreira, a cantora paraense não apenas ajudou a consolidar o estilo como elevou o ritmo a um novo patamar, levando-o a uma estética pop internacional, com shows coreografados, figurinos marcantes e uma linguagem visual que dialoga com grandes espetáculos da música mundial.


Criada em Belém, Viviane cresceu no meio das aparelhagens — os imensos paredões sonoros que movimentam as festas populares no Norte. E foi ali que nasceu sua paixão por uma música que não se limitava ao som, mas envolvia corpo, imagem, luzes e emoção. Inspirada por Joelma, Companhia do Calypso e outras referências locais, ela decidiu desde cedo que não queria apenas cantar: queria encantar.


"A aparelhagem não é só som alto. É identidade, é presença, é uma forma de viver e sentir a música. A gente no Pará sempre teve esse lance das cores, dos figurinos, das texturas, da música que toca no corpo e na alma. Quando montei o show do Rock da Rainha, quis colocar tudo isso junto. Queria que fosse mais do que um show de banda. Queria que fosse uma imersão sensorial, onde o público sentisse a força do que a gente é", explica Viviane.


Viviane Batidão tem trazido novas características para o tecnomelody | Foto: Tereza Maciel
Viviane Batidão tem trazido novas características para o tecnomelody | Foto: Tereza Maciel

Com o tempo, o tecnomelody foi se expandindo para novas batidas. Viviane acompanhou esse movimento de perto — e foi além. Adotou o batidão como assinatura, mas abriu espaço para misturas com zouk, romântico e o chamado rock doido, batida mais rápida e agressiva, que define boa parte do seu novo trabalho.


"O tecnomelody que eu faço hoje é diferente do que fazia no começo. Naquela época, era mais cru, mais direto. Hoje, trago músicas mais melosas, mais românticas, outras com batidas fortes, como rock doido, que está na faixa-título do álbum É Sal. Esse som é uma invenção nossa, do Pará, e é sobre entrega total: é a pessoa que tá no meio da festa, se jogando, vivendo aquilo com intensidade. É uma batida de libertação", diz.

“É Sal”


Disponibilizado na noite desta quinta-feira (22) "É Sal" é o primeiro single do primeiro álbum completo da carreira de Viviane Batidão, que ainda não chegou às plataformas. O disco mistura sonoridades e reafirma sua estética como artista pop de raízes populares. A faixa-título, segundo ela, resume o espírito do projeto: é sobre fim, recomeço e atitude.


"Essa música representa dor, mas também coragem. No Pará, a gente fala ‘é sal’ quando algo acabou, tipo ‘já era, bola pra frente’. Mas também tem a coisa do sal como proteção, como tempero. É uma expressão cheia de camadas. Quando gravei, pensei: “essa é minha virada de chave”. É um disco que fala de amor, de festa, mas também de superação. E que diz: a gente é do Norte, mas é pop também, e pode estar em qualquer lugar", destaca.


Viviane transformou o que era um estilo musical de periferia em um espetáculo visual. Seu show “Rock da Rainha” é um exemplo disso. Com direção artística, bailarinos, trono no palco e figurinos inspirados em monarquia, ela apresenta uma nova leitura do tecnomelody — moderna, teatral e pensada para grandes plateias.


"Não é sobre copiar o pop de fora. É sobre mostrar que a gente também tem linguagem cênica, que também tem conceito. O tecnomelody sempre foi performance, mas ninguém enxergava assim. Quando eu subo no palco com coroa, com trono, com luzes e dança, estou dizendo que a periferia também é rainha, que a nossa arte tem o mesmo valor de qualquer outra. E o público sente isso", afirma Viviane.



Virada Cultural e ocupação simbólica


A consolidação do tecnomelody como força criativa também se reflete em convites importantes.Viviane Batidão se apresenta duas vezes na Virada Cultural de São Paulo: no sábado (24) em uma participação no bloco “Treme Terra”, que reúne artistas do Norte e Nordeste em uma celebração da cultura popular nas ruas da capital paulista, e no domingo (25), com o show completo do Rock da Rainha.


"Estar na Virada com esse show é mais do que uma conquista pessoal. É uma vitória coletiva. É levar para o palco central de um dos maiores eventos do Brasil toda a força das aparelhagens, da nossa estética, da nossa linguagem. Estou levando comigo o meu estado inteiro, com orgulho das nossas raízes e com a certeza de que temos uma potência criativa gigante. Quero que quem estiver ali sinta a vibração do Pará e perceba que a nossa arte tem lugar em qualquer palco", concluiu.




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