Velhas Virgens resgatam antiga versão punk rock de "Jorge Maravilha"
- Guilherme Moro
- 21 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
O novo lançamento das Velhas Virgens é a regravação de “Jorge Maravilha”, de Chico Buarque, gravada em 1974 e com cheia de lendas ao seu redor. Para escapar da censura, Chico assume o pseudônimo de Julinho da Adelaide e manda a letra da música para a Polícia Federal. Com a aprovação e sem a obrigação de gravar tudo o que foi aprovado, escolheu o que queria da letra e, em 1974, saiu no projeto de Jads Macalé intitulado “Banquete dos Mendigos”. Alguns acreditavam que a música teria sido feita para filha do ex-presidente General Geisel, que supostamente pediu um autógrafo para Chico. “Você não gosta de mim, mas sua filha gosta”. O que era um samba-rock na voz do Chico virou um punk rock cheio de guitarras com as Velhas.
“Gravamos para o álbum ‘Sr. Sucesso’, em 1998, mas a editora cobrava uma grana a cada mil cópias feitas do CD e a gente não tinha esse dinheiro. Na época a gente só ia prensar 11 mil cópias do CD. Deixamos a música um pouquinho de lado para lançar em breve, mas esse ‘breve’ não veio, né? Acabou que fomos fazer outras coisas e só agora achei os takes originais. Hoje a licença para gravar uma música é muito mais fácil e barata de se conseguir. O pagamento é feito digitalmente direto para a editora e o artista. Levamos 22 anos para lançar a música”, conta Alê Cavalo, guitarrista das Velhas Virgens.
Os vocais agressivos e cheios de sarcasmos de Paulão de Carvalho dão o tom da música enquanto as guitarras fazem uma parede sonora punk rock com influência dos Ramones. A batera e baixo fazem uma cozinha de linhas bem definidas, indo direto ao ponto. Um rock sem firulas, pra bater cabeça, que termina com uma citação ao AC/DC.
“Remasterizar a música foi bem simples e a gente deu uma ‘esquentada’ nela pra poder ficar com o clima de 2021. Sempre achei que ela tinha muito potencial. É uma música muito divertida e o refrão é muito a cara das Velhas Virgens, né?”, finaliza Alê.