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Entrevista: Vinicius Preto une rap e blues em álbum que exalta raízes da música negra

  • Foto do escritor: Guilherme Moro
    Guilherme Moro
  • 3 de jul.
  • 2 min de leitura

Nascido na Zona Leste de São Paulo, mais precisamente no bairro de Itaquera, mais uma das regiões complexas regiões da metrópole, há dez anos o rapper Vinicius Preto é morador de Ribeirão Preto, cidade que também carrega suas dores e belezas. Foi na Califórnia Brasileira que moldou sua persona artística e agora consolida seu trabalho de 15 anos na música com o álbum "Blues In Rap", em colaboração com a banda Blues In Vain, que propõe uma resgate à música negra através da união entre os dois gêneros.


Nas plataformas de áudio desde meados de maio, o projeto conta com seis faixas, todas elas escritas pelo próprio artista, duas delas em parceria com outros compositores.



Formado em História, o também produtor cultural teve a ideia de criar o projeto veio das memórias afetivas das músicas ouvidas na infância. Dos estudos nas raízes do samba que tocava nas reuniões de família, veio interesse pelo aprofundamento no blues. Aliado com o rap, estilo musical escolhido para cantar, se deu a união originária do projeto.


"Eu cresci ouvindo samba. Na família, na quebrada e tudo, sempre foi muito samba. Mas sempre gostei de ouvir novas músicas, entender outras raízes. Tanto é que eu me formei em História na faculdade, então isso também ajudou a procurar as raízes. E o blues acabou entrando. O rap, como ele também vem da cultura norte-americana, o blues é uma inspiração", explicou.


Produzido em parceria com Rod Lauryn que também assina a mixagem e a masterização, o disco foi viabilizado por meio da Lei Paulo Gustavo, que garantiu parte dos recursos para a gravação e execução do projeto.


"Eu participei de shows com a banda e fiquei com aquilo: 'pô, isso pode ir pra frente'. Como exige dinheiro, eu coloquei esse projeto numa lei de incentivo que é a Paulo Gustavo e acabou sendo contemplado. Não é um valor alto o edital inteiro, mas já deu pra dar um caminho. E o resultado acho que é até além do que a gente tinha de orçamento, de tempo também, pra juntar todo mundo, juntar as ideias. Pelo pouco tempo e pelo pouco recurso, a gente chegou num resultado bom", concluiu.

Acostumado com as composições aplicadas em cima de beats, Vinicius precisou sair de sua zona de conforto para crias as faixas ao lado dos músicos da Blues In Vain.


"Foi um aprendizado grande pra mim. Porque eles começaram a falar, dar um exemplo de uma nota, um sustenido, um agudo, um acorde... aí eu perguntava o que era. Dentro disso, o rap, às vezes, a gente já vem pronto. Nesse sentido eu aprendi muito e gostei também desse processo. Mas eu deixei ali a característica do rap também. De ter o DJ junto, fazendo algumas colagens, scratches, pra casar mesmo com essa ideia do rap com blues", explicou.

Com o álbum, Vinicius Preto dá um passo importante na consolidação de sua carreira, não apenas como rapper, mas como pesquisador, produtor e articulador cultural. Ao unir ritmos, histórias e territórios, ele mostra que a música negra é viva, múltipla e em constante reinvenção.



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