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  • Foto do escritorGuilherme Moro

Entrevista: Caian expõe suas dores da pandemia no álbum “Paixão e Outras Drogas”

Após muita espera, o músico, compositor e cantor baiano Caian lançou o álbum de rock “Paixão e Outras Drogas”. Com 13 faixas, o segundo disco do artista é o depoimento quase cronológico de uma história de amor verdadeira, acompanhando suas nuanças do início ao fim e formatando um roteiro musical, ainda que as canções tenham existência própria. Ao lado de Lefer (baixo), Maurício Braga (bateria) e Arthur Romio (guitarra, teclado e backing vocal), que também responde pela produção musical, Caian assume voz, guitarra, violão, piano e teclados.



"Eu já vinha compondo essas canções desde 2015. Eu pensava que na época seria um EP, mas a separação e o processo do luto foi o que inspirou as faixas seguintes que compõem a segunda metade do disco. Certamente se não houvesse pandemia ele seria um outro disco. Adiamos em um ano e meio o lançamento. Naquele momento eu estava numa energia muito grande de colocar as músicas no mundo. O período da pandemia me deu a possibilidade de reinterpretar minhas próprias coisas e corrigir os detalhes. O disco ficou mais lapidado do que seria e o resultado final foi o melhor que eu poderia imaginar", disse o artista sobre a influência do periodo pandêmico no resultado do disco.


O álbum é o resultado de um trabalho amadurecido há 15 anos, tempo em que Caian desenvolve sua obra autoral e atua como músico envolvido em variados movimentos artísticos. Das 13 faixas, 12 são escritas por ele, duas delas em parcerias, e uma tem assinatura de Jarbas Bittencourt.


Foto: Patricia Almeida

Músico, compositor e cantor de Salvador, Bahia, Caian desenvolve trabalho autoral desde 2007 e possui vasto currículo como guitarrista. Tocou em todo o Brasil com Baco Exu do Blues, entre 2019 e 2020, na turnê do disco “Bluesman” e já circulou pela Bahia com os também conterrâneos Dão, Marcela Bellas e Nabiyah Be, além do Trio Virgulino, de Pernambuco. Ele é graduado em Música pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e falou sobre como se adaptou às novas métricas de trabalhar músicas.


"A minha maneira de produzir música não mudou. É o que eu sei fazer. Tento fazer o mínimo para estar conectado com essa era que estamos vivendo e com o consumo de tudo na palma da nossa mão. A tecnologia vem sempre em favor. De certo modo, não temos um monopólio e isso democratizou as coisas. Tento manter minha maneira de produzir, que não é baseado no que está dando certo, apesar de achar legítimo todo tipo de trabalho. Há um contraste entre o influencer, músicos e pessoas que vendem cursos. São coisas mais voltadas para comunicação. Eu tento fazer de um modo que fique mais natural possível. Estou apenas tentando fazer música".



Em 2016, ele lançou o álbum “Plutão”, pelo qual foi indicado ao Prêmio Caymmi de Música na categoria Revelação. Entre 2012 e 2020 foi membro do grupo Nossos Baianos F.C., um tributo aos Novos Baianos, com o qual tocou em diferentes ocasiões ao lado de Baby do Brasil.


Muito acostumado com os palcos, o artista está retornando à rotina de shows e pretende embalar muitas apresentações com seu novo álbum, que demorou tanto tempo para ganhar vida.


Ficar longe dos palcos foi difícil. Cheguei a fazer duas lives performando, mas nada substitui a energia do público. Retornei aos palcos em março deste ano, em Salvador. Já estão rolando várias apresentações, fiz participação em um baile de música baiana de um parceiro meu e agora estou reestruturando o meu trabalho.


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