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Opinião: Luísa Sonza perdeu sua identidade

Por: Guilherme Moro


Luísa Sonza é uma cantora gaúcha que ganhou notoriedade fazendo covers de canções consagradas. Sempre afinadíssima, Luísa foi apelidada de "rainha dos covers" pela qualidade de seu repertório e de suas interpretações. Em 2017 ela assinou seu primeiro contrato com a gravadora Universal Music.



Os primeiros dois singles autorais da cantora foram "Good Vibes" e "Olhos Castanhos", respectivamente, sendo o segundo uma canção muito bem arranjada e construída.


Em 2018 esse parâmetro vira do avesso: Luísa abandona completamente as baladas folk e pop e entra de "cabeça" no estilo pop-funk. Quem acompanhava a cantora há tempos, ficou sem entender nada quando ouviu os singles "Rebolar", "Devagarinho" e "Boa Menina". A única explicação para essa reviravolta é uma pressão interna de gravadora e escritório para a cantora ter músicas mais viáveis comercialmente, algo que acontece com muita frequência no meio musical. 



No ano de 2019 a mudança se estabiliza e a cantora se transforma em um sucesso nacional, devido as canções com forte apelo comercial, altos investimentos e aparições constantes em programas televisivos. Uma coisa notável é que poucas canções dessa nova fase da cantora tem composição dela, algo extremamente contrário ao início da carreira, onde 90% das músicas eram de sua autoria, mostrando que esses novos singles e álbuns nada tem a ver com as características musicais da cantora. Luísa não deve ser julgada por isso, pois ela apenas obedece contratos e é refém da industria musical. O artista que não aceita supostas imposições de sua gravadora, corre risco de perder seu contrato, o que causaria impacto na execução de suas músicas em rádios e, consequentemente, diminuição em seu raio de alcance. A indústria musical sempre funcionou assim e apenas os medalhões da música brasileira têm liberdade artística dentro de gravadoras multinacionais.




Voltando à Luísa, nesse ano de 2020, a cantora atingiu seu auge de exposição midiática com o lançamento de "Braba" que já conta com quase cem milhões de visualizações no YouTube e lidera as paradas das plataformas streaming. 



Os clipes apelativos e sem criatividade são cada vez mais constantes na carreira da cantora, aliás, o lançamento mais recente ("Flores") gerou uma tremenda polêmica por conta exagerada exposição de cenas sexuais protagonizadas por ela e o cantor Vitão. Em meio a toda essa polêmica tem algo que me deixa extremamente curioso: considerando que o público brasileiro que consome músicas populares nunca teve senso crítico para nada, me estranhou muito a comoção negativa causada por esse clipe, levando em consideração que outros clipes tão apelativos quanto esse fizeram um grande sucesso por aqui.



Infelizmente a industria musical "engoliu" as características artísticas de Luísa, assim como aconteceu com tantos outros artistas. No entanto, esse ódio, gerado supostamente por um clipe apelativo ou uma música ruim, não tem o menor fundamento, pois isso sempre foi o que menos importou em todo esse cenário. Se Luísa teve que mudar completamente suas músicas por imposição da gravadora para poder ser viável comercialmente, é porque existe público para isso. Quem dita as tendências do momento é o público, as gravadoras só investem.


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