Campina Grande é um município do interior da Paraíba popularmente conhecido por sua hospitalidade e desenvolvimento. Essas duas características de sua terra frutificam na nova geração da cidade. Um dos nomes mais promissores da região é o cantor Matheus Alves, que mistura a raiz do forró com as sonoridades de suas influências do pop.
Matheus é um jovem de 19 anos que gosta de tudo. Já pensou em ser biólogo e até padre, mas a música o chamou cedo, aos 14 anos de idade, quando foi tocar triângulo no trio de forró de um amigo. Em um ensaio do grupo, superou o cantor da banda e chegou em uma nota aguda difícil de alcançar. Virou cantor desde esse dia.
Em junho, o seu primeiro álbum, chamado “Pegada Diferente”, chegou às plataformas digitais. Misturando o forró da sua terra com as influências internacionais que marcam sua geração, o jovem cantor mostrou que a tradição e a modernidade de sua cidade estão presentes em tudo o que faz.
“Foi um trabalho muito legal. Começamos do zero e chegamos a um consenso de pegar seis músicas inéditas de compositores parceiros e uma música minha, que é a “Como Doeu”. Tentamos colocar o máximo de referências possíveis que já tive e tenho na minha carreira, por isso o nome do CD é “Pegada Diferente”. Procuramos unificar a pegada do forró nordestino influenciado por artistas como Luiz Gonzaga, Genival Lacerda e Dominguinhos, mas sem deixar de lado o meu outro lado que escuta Michael Jackson, The Weekend e outras referências internacionais, além da MPB de artistas com Djavan e Alcione. Colocamos um pouco de tudo”, revela Matheus.
Em 2018, ele concluiu o ensino médio e tirou uma boa nota no ENEM daquele ano. Mas tinha acabado de ganhar o principal concurso de música da sua cidade, o “Dom”, e chegado à semifinal do quadro “Jovens Talentos”, do Programa do Raul Gil, no SBT. A vida artística estava lhe abrindo portas importantes e ele optou por se jogar de cabeça. Quando estava conseguindo alavancar a sua carreira musical localmente, veio a pandemia.
Apesar de atrapalhar o plano de Matheus, a pandemia trouxe à tona diversos artistas nordestinos que se acostumaram a emplacar músicas nas dos principais plataformas musicais. Matheus comentou sobre esse momento da música nordestina no cenário nacional:
“Eu fico feliz com a ascensão deles, porque são colegas e conterrâneos que cada dia mais estão conseguindo chegar ao topo e isso é bom não só para eles, mas também pra nós que levamos o nome do Nordeste para o país. O Nordeste tem muitos talentos merece ser ouvido não só no Brasil, mas fora também”.
Com o avanço das redes sociais, elas passaram a ser ferramenta fundamental para todo e qualquer tipo de artista. Com Matheus, não foi diferente e ele contou como esses veículos abriram portas para que ele alcançasse uma das maiores parcerias de sua carreira:
“As redes sociais são um dos fatores mais importante na vida de qualquer artista e foram elas que me deram a oportunidade de ser visto pela Sua Música, que é uma gravadora que dá oportunidade para muitos artistas, já renomados e que estão começando. Eu usava as rede sociais ao meu favor, mas a partir do momento que o Sua Música entrou na jogada, eu comecei a ter o amparo de uma equipe sensacional.
A sanfona é um ícone na vida de todo nordestino e claro que Matheus se identifica muito com esse instrumento. Ele falou como utiliza o acordeom em suas músicas:
Pra gente a sanfona não é só um instrumento. Ela representa muita coisa. Desde pequeno eu acompanho muitos artistas sanfoneiros. Minha mãe costumava dizer que desde pequeno eu pegava uma almofada e colocava em no colo fingindo que era uma sanfona. Sempre gostei do instrumento e quando fiquei mais velho fui fazer aulas e tirei meus primeiros acordes. É importante para todo artista ter um instrumento de referência para acompanhar. A sanfona foi e é essa referência pra mim. A galera gosta muito desse meu lado sanfoneiro”.
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