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  • Foto do escritorGuilherme Moro

Entrevista com Bruno Aguilar, experiente músico que está lançando seu primeiro álbum solo

Bruno Aguilar é um músico extremamente experiente e conceituado pelos maiores nomes da música brasileira. O artista lançou neste ano o seu primeiro álbum solo, “anso gocun ferregoná sou tê”, em que o título consiste em um jogo de palavras com abreviações de dez sobrenomes de antepassados de sua família.

“Quando surgiu a pandemia, eu tinha acabado de ler ‘As Veias Abertas da América Latina’, de Eduardo Galeano, que conta todos os horrores da colonização europeia na América Latina. Eu já estava fazendo uma pesquisa sobre nomes antigos da minha família que foram se perdendo com o passar dos anos. Foram dez sobrenomes, sendo a maioria deles europeus. Isso me gerou uma certa curiosidade e isso se juntou com essa leitura. A partir disso fiz essa criação artística”, comenta Aguilar.


Foto: Mariana Kreischer

Em seu repertório, o álbum traz canções intimistas com arranjos sofisticados e modernos, como na excelente e autoral “Ponte-Rio Negro” e na linda releitura de “Pau de Arara”, do eterno Rei do Baião, que ganhou ares psicodélicos na introdução.

“‘Pau de Arara’ é uma música que eu tocava há muito tempo. Esse disco tem uma grande homenagem à MPB. Esse arranjo saiu numa oportunidade que eu tive de tocar essa música sozinho em um show. A coisa do arco no início é bem árida e faz uma menção ao clima seco do nordeste, do pau de arara, então foi uma menção nesse sentido. Foi uma homenagem bem próxima ao Luiz Gonzaga, porque meu filho, Joaquim, que tem 14 anos e cantou essa música comigo, é bisneto do Gonzagão e neto do Gonzaguinha. Então foi uma homenagem familiar e brasileira”.

O álbum conta com dez faixas e repercutiu muito na cena da música popular brasileira. Lenine, que dispensa apresentações, proferiu as seguintes palavras para elogiar o trabalho do artista carioca:

“Acabo de ouvir o single Pau de Arara!

Que buniteza, Bruno!

Lindeza só!

Que harmona clássica, e a narração, que forte!

Parabéns!”

Por 25 anos Bruno tocou contrabaixo, violão e cantou ao lado de nomes como Edu Lobo, Joyce Moreno, Francis Hime, Hermeto Pascoal, Hamilton de Holanda, Maria Bethânia, Dori Caymmi, Lucina, Ney Matogrosso, Mauro Senise, Bamboo Quinteto e outra série de artistas. Toda essa experiência agregou muito para que ele, com muita maestria, comandasse os caminhos de seu primeiro álbum solo.

“Foi um grande aprendizado trabalhar como todo esse povo. Tem esse lado positivo em demorar tanto pra fazer um trabalho solo, que é a experiência que você acumula ao longo do tempo. Isso reflete no repertório do disco também, que é muito eclético, por conta dos diferentes estilos que eu toquei durante toda minha carreira. Tem o samba-enredo da mangueira, ao mesmo tempo o ‘Pau de Arara’, depois músicas minhas, então esse trânsito entre vários estilos ajuda a configurar um pouco o que estou buscando com a minha música”, diz o artista.



Com o advento da pandemia, alguns músicos e profissionais da arte tiveram um severo bloqueio criativo, enquanto outros afloraram suas composições e obras artísticas. Bruno foi um dos que produziram bastante nesse período e com isso conseguiu colocar suas ideias em prática.

“Na verdade eu aproveitei pra mexer em ideias que eu já tinha guardadas e criar outras coisas nesse momento que eu já estava em casa. Claro, que a gente estava abalado com o número de mortes e todas as dificuldades e também com filhos em casa sem a escola, foi muito difícil a concentração, mas eu criei muito naquele momento”.

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