A Música Brasileira Vive: conheça movimento que pretende difundir cultura no interior de São Paulo
- Guilherme Moro 
- há 12 minutos
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Difundir a pluralidade da música brasileira e promover encontros entre artistas, público e profissionais da indústria. Esse é o propósito da A Música Brasileira Vive, projeto criado pela agência A Música Vive, fundada por Diego Leandraujo, músico e gestor com mais de 20 anos de experiência no setor. O movimento é o responsável por trazer o show de Chico Chico a Ribeirão Preto nesta sexta-feira, às 20h, no Theatro Pedro II. Os ingressos estão disponíveis na internet. A iniciativa nasceu com o objetivo de fortalecer a cena do interior paulista e valorizar o consumo de música genuinamente nacional, não apenas como entretenimento, mas como cultura.
“Nosso principal propósito é criar encontros entre as pessoas. A música é o meio, mas o fim é o encontro humano, o fortalecimento de comunidade. “A gente quer difundir o Brasil brasileiro, com toda sua pluralidade de sotaques, regiões e estilos”, explicou o fundador.

De banda ao empreendedorismo musical
Antes de fundar a A Música Vive, empresa que em 2025 completa sete anos, Diego construiu uma trajetória como músico profissional. Durante duas décadas, integrou bandas e até participou do programa Superstar, da TV Globo. Essa vivência no palco despertou nele o interesse pela gestão de carreiras e pelo desenvolvimento de artistas, o que se transformou na base da empresa que lidera.
Atualmente, a A Música Vive atua na gestão de carreiras e agendas de shows, além de prestar consultoria e curadoria artística para festivais, instituições e projetos culturais. A agência já realizou trabalhos para eventos como o Festival Curau de Piracicaba.
Casting e projetos
Entre os artistas representados pela A Música Vive estão Funk Como Le Gusta, Chico Chico, Raquel Reis, Pedro Luís e Gilsons (no estado de São Paulo).
“Em 2025 demos uma reorganizada para focar na criação da Música Brasileira Vive, que é uma multiplataforma. Trabalhamos tanto na gestão de artistas quanto na difusão cultural. Queremos falar diretamente com o público final. A A Música Vive é voltada para o diálogo com a indústria, com contratantes e festivais, enquanto a Música Brasileira Vive é nossa vertente B2C, onde a gente cria, mostra e conecta”, explica o gestor.

O plano mais ambicioso da iniciativa é o Festival Música Brasileira Vive, programado para 2026, em Piracicaba (SP). O evento será híbrido, mesclando uma conferência profissional e um festival aberto ao público.
Durante três dias, a conferência oferecerá laboratórios de criação, palestras sobre a indústria musical, criatividade e inteligência artificial aplicada à arte. O encerramento, no domingo, será um festival pago com shows de artistas em diferentes estágios de carreira, dos novos talentos aos nomes mais consolidados.
“Queremos conectar o interior de São Paulo com o Brasil todo. Nosso foco é fomentar a formação e a criação dos artistas do interior e desenvolver o público para esse tipo de música. Acreditamos que até 2030 será possível mudar o cenário e fazer com que a cultura de ir ao show volte a crescer”.
O desafio do mercado e a valorização da música
Com experiência direta na área de agenciamento, Diego reconhece os desafios do mercado de shows e a dificuldade de “fechar a conta” em eventos com artistas do chamado midstream (nomes que têm público fiel, mas não alcançam a popularidade massiva). Os cachês, segundo ele, variam entre R$ 30 mil e R$ 80 mil, dependendo do porte da produção e da praça.
Porém, o empresário acredita que o papel da agência e do projeto é educar o público para o consumo de música brasileira como arte.
“Houve uma desistência de promover essa cultura e de escutar esse tipo de música. Nosso trabalho é desenvolver praças e reconstruir o hábito de ir a shows, para que a conta volte a fechar. Todos os estilos têm valor, e a gente quer ocupar espaços, fortalecer estruturas e incentivar o consumo de música brasileira genuína”, conclui.








