Em março de 2020, os fãs de death metal tiveram uma grata surpresa: o ex guitarrista do Sepultura, Jairo Guedz, anunciou o lançamento da banda The Troops of Doom, tendo em vista a ideia de resgatar a sonoridade do death metal dos anos 1980, com influência direta dos primeiros discos do Sepultura, “Bestial Devastation” e “Morbid Visions”, dos quais participou como autor e coautor. O grupo também se inspirou nas bandas da velha guarda como Celtic Frost, Possessed, Sodom, Slayer e Death. “O death metal é a minha maior influência. Sempre me pego escutando algo daquela época. Me sinto muito confortável fazendo isso. Brinco com alguns amigos mais próximos que eu poderia lançar um disco por mês se eu ficasse 12 horas por dia tocando e compondo. Minha sonoridade natural é essa. The Troops of Doom veio dessa necessidade”, revela o guitarrista.
A banda lançou nesse mês o seu primeiro EP, intitulado de “The Rise Of Heresy” pelos selos Neves Records, Melomano Discos e All Music Matters. Jairo falou sobre a repercussão da banda nesse um ano de existência e como tem sido toda a estratégia de divulgação: “A gente nunca sabe o verdadeiro tamanho da nossa banda. Nós completamos um ano de existência durante a pandemia. Nós somos uma banda que nunca se encontrou. Apesar de sermos integrantes já experientes, a banda ainda é iniciante. A repercussão desse EP tem sido muito maior do que esperávamos. Já conversei com amigos, músicos e pessoas especialistas do meio e tenho certeza que estamos fazendo um barulho muito grande. Sempre que divulgamos alguma novidade, ela é amplamente divulgada. Nossos sites e redes sociais são muito procurados.“
Foto: Divulgação
O Sepultura foi fundado em 1984 e surgiu com a seguinte formação: Max (guitarra), Igor (bateria), Paulo Jr (baixo) e Wagner Lamounier (vocal). Após desentendimentos, Wagner saiu e formou a Sarcófago. Assim, Max torna-se vocalista e guitarrista, chamando Jairo Guedez para a segunda guitarra. Jairo foi integrante do Sepultura durante um ano, dando lugar a Andreas Kisser, que é membro da banda até os dias atuais. Jairo falou sobre a responsabilidade de ser um ex integrante de uma banda do tamanho do Sepultura e de como lida com esse fato: “Não é uma cruz. Lido muito bem com isso. Sou uma pessoa muito tranquila. Não tenho nenhuma postura de rock star. Sou apenas um homem comum, apesar de ter sido um dos precursores do metal no Brasil. É sim uma grande responsabilidade, mas é uma chancela muito boa que me agrega de uma forma positiva. Eu tenho essa facilidade de fazer esse mesmo estilo de som com a mesma pegada que tinha nos anos 80”.
Claro que nessa viagem aos anos 80 não poderia faltar um lançamento em vinil. O EP “12”, que havia sido lançado apenas em Portugal, ganhou duas versões brasileiras. Uma delas é a edição de luxo, limitada e numerada em 250 cópias, com vinil vermelho, capa dupla com logo dourado e poster exclusivo; a outra, mais simples, tem vinil preto e capa dupla fosca.
“Não poderíamos ter toda essa abordagem oitentista cercando a banda sem que tivéssemos a nossa música em vinil que era, na época, o símbolo daquela geração. Temos um apreço especial por esse formato analógico e é o tipo de material que vai deixar qualquer fã de death metal de boca aberta. O resultado ficou impressionante, de altíssima qualidade”, revela Jairo.