“Boa noite, mano!” Foi falando em português, com gíria e exalando carisma que Paul McCartney começou sua primeira apresentação em São Paulo, nesta quinta-feira (7).
Após cerca de 30 minutos de projeções de imagens da trajetória do artista nos telões laterais do palco, o clássico baixo Hofner foi projetado e o artista subiu ao palco pontualmente às 20h30.
A presença de Paul impacta, mas o petardo veio ao início do show, quando Macca começou a cantar “Can’t Buy Me Love”, ao contrário da apresentação na Arena MRV no último dia 4, quando começou o show com “A Hard Day’s Night”.
O repertório seguiu com duas canções do Wings em sequência, outras do Beatles, até chegar em “Getting Better”. Poder escutar ao vivo uma música lançada no “Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band”, é uma sensação que todos deveriam ter.
Momentos nostálgicos não faltaram, inclusive quando McCartney cantou a primeira música gravada pelos Beatles: “In Spite of All the Danger” e “Love Me Do” logo em sequência, faixa que é o primeiro lançamento da carreira do Fab Four.
O cenário do palco, apesar de parecer discreto, se mostrou um espetáculo completo, com vários momentos surpreendentes de luzes e efeitos especiais.
Aos 81 anos de idade, Macca mostrou vitalidade invejável, claro que com dificuldades de alcançar notas mais agudas em certas canções, mas somente o fato de se dispor a fazer um show, é um presente para qualquer fã de música.
O cenário foi de aclamação, já que não bastasse o repertório histórico que o artista acumulou durante seus 66 anos de carreira, ele criou uma relação de amor com o Brasil, desde que veio ao país pela primeira vez em 1990.
Minha opinião é claramente influenciada pela oportunidade de ver pela primeira vez um beatle em carne e osso pela primeira vez, assim como tantos outros que estiveram no Allianz Parque na quinta. Aos que já tinham visto, é quase como uma confirmação do quanto uma oportunidade como esta é especial.
Ao emendar “Blackbird” e “Here Today”, como faz há muitos anos, a emoção foi incontrolável. O sentimento também veio à tona quando no bis, Macca executou “I've Got a Feeling” e projetou no telão a imagem de John Lennon. Não só isso: Paul proporcionou um dueto John, ao colocar em VS a voz do de seu eterno irmão.
Minutos antes, o mundo havia desabado com o show pirotécnico em “Live And Let Die” e com a execução de “Hey Jude”.
Ver um beatle ao vivo pleno 2023 é um privilégio que deve ser valorizado. Ele poderia ter parado há muitos anos, mas não cansa de entregar momentos históricos e fazer o que fez durante toda sua carreira: ser genial.
Em resumo, Paul McCartney é o maior artista vivo. A turnê "Got Back" é mais uma prova disso.
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