O mundo do rock é marcado por muitas bandas e artistas lendários, mas também por confusões e tretas que ficaram marcadas para a história. Como se esquecer da eterna briga dos irmãos Gallegher, fundadores da banda britânica, Oasis, ou até mesmo das discussões envolvendo Slash e Axl Rose, dois dos mais notáveis integrantes do Guns N' Roses.
A lista é extensa e poderíamos ficar por horas citando as principais confusões do mundo do rock.
Se você acha que é somente integrantes de bandas gringas que "quebram o barraco", você está muito enganado. No Brasil, temos vários exemplos de bandas que brigaram entre si. Um dos maiores exemplos disso, é o grupo Charlie Brown Jr.
A história do Charlie Brown sempre foi marcada por altos e baixos. A banda foi formada na década de 90 por Chorão (vocal), Champignon (baixo), Marcão (guitarra), Thiago Castanho (guitarra) e Renato Pelado (bateria).
O histórico de tretas entre Chorão e Champignon é extenso. Eles tinham uma diferença de idade de oito anos, o que dificultava ainda mais a relação entre os dois.
Em 2005, todos os integrantes saíram da banda, restando somente Chorão da formação original. Logo após saber o comunicado dos músicos, Chorão postou uma mensagem no site oficial da banda desejando sorte aos amigos. Na postagem, ele explicou que ninguém havia sido mandado embora e que ele estava triste com a saída dos caras.
Um mês depois do ocorrido, Champignon aceitou dar uma entrevista à revista Jovem Pan. Ao ser questionado sobre o motivo de eles estarem saindo da banda e se Chorão era o fundador, líder e compositor da banda, como alegava ser, o baixista deu a seguinte resposta:
"Divergências musicais não foram. Senão, a gente não teria feito 7 cds juntos. Quem não é otário sabe disso. O lance da banda foi um desentendimento com o empresário PIPO e o Chorão comprou a dele. Então eu, o Marcão e o Pelado fomos cada um para um lado. Tem coisas aí que não podem ser abertas porque são particulares e prefiro nem falar. Neguinho aí até parou de tocar porque ficou abalado com a situação, não acreditou. Na boa, eu não quero ficar falando mal do cara (Chorão), jogando bomba, quero mais que ele fique bem rico, bem milionário e me esqueça. Esqueça a gente. Tem uma parte que não pode ser falada. Todo mundo gostaria de saber, mas a gente tem um acordo. (...) Tínhamos uma banda antes, chamada "What’s Up", de covers de Beastie Boys, Suicidal Tendencies... Isso foi em 1991, 1992, época em que a gente se conheceu. Eu fundei a banda junto com o Chorão. Sou fundador do CBJr. também, mas se ele quer falar que foi ele, foda-se – foi ele, então. (...) Ele falou no Faustão que faz 100% de tudo. Isso é desrespeito com o Marcão, comigo e com o Pelado. Ele nunca tocou baixo, bateria, porra nenhuma. O que ele fazia era dar as ideias de boca e a gente desenvolvia".
Champignon, em entrevista à revista Jovem Pan, em junho de 2005.
2011 marcou a volta de Marcão e Champignon para a banda, o que não culminaria no fim das tretas. Durante um show da turnê em Apucarana, no Paraná, Chorão criticou o baixista Champignon, afirmando que ele deveria ser muito grato por ter sido aceito de volta ao grupo "depois de tudo que fez". Após quase cinco minutos, Champignon deixou o palco quando Chorão disse que iam tocar a canção "O Preço". O show continuou sem o baixista, e com a plateia gritando "arregou, arregou". A briga virou notícia após um fã, que gravou todo o discurso de Chorão, divulgar o vídeo com a discussão no YouTube. Com a repercussão negativa da briga, Chorão e Champignon divulgaram um vídeo no YouTube, pedindo desculpas aos fãs, e reafirmando suas amizades.
Infelizmente, o final da banda foi trágico: em 6 de março de 2013, Chorão foi encontrado morto em seu apartamento e a causa da morte foi uma overdose de cocaína. Na noite de 8 de setembro de 2013, Champignon foi a um restaurante com sua esposa, grávida de cinco meses. Após retornarem para casa, por volta de 0h30min UTC-3, o músico foi para o quarto onde ficavam guardados seus instrumentos e cometeu suicídio com uma arma de fogo.