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Raul Seixas faria 80 anos: relembre “A Pedra do Gênesis”, seu último ato solo

  • Foto do escritor: Guilherme Moro
    Guilherme Moro
  • 28 de jun.
  • 2 min de leitura

Por ocasião dos 80 anos que Raul Seixas completaria neste 28 de junho, o Música Boa revisita um dos capítulos finais dessa trajetória, pouco lembrado, mas com um peso simbólico significativo: “A Pedra do Gênesis”, último disco de estúdio gravado solo por Raul, lançado em 22 de agosto de 1988 pela Copacabana.


Gravado entre fevereiro e agosto daquele ano em estúdios modestos de São Paulo e São Bernardo do Campo, o álbum representou uma tentativa derradeira de Raul em reencontrar a persona mística e profética que o consagrou nos anos 1970. Lançado em meio a um período de fragilidade artística e pessoal, o disco antecede por menos de um mês o início de sua turnê de retorno aos palcos ao lado de Marcelo Nova.



Mesmo elogiado pela crítica especializada, o trabalho foi um fracasso de vendas. A divulgação precária por parte da gravadora, que também não passava por seu melhor momento, e a ausência de uma turnê promocional, contribuíram para que o álbum passasse quase despercebido.


“A Pedra do Gênesis” retoma as atmosferas esotéricas que moldaram a fase de maior sucesso de Raul. A capa traz uma imagem de arquivo de 1974, com o cantor caracterizado como um mago. Musicalmente, o álbum se afasta do rock mais direto que dominava seus últimos trabalhos e mergulha em letras que alternam entre o misticismo e confissões dolorosas sobre vícios, doenças e a morte.



A faixa-título remete aos clássicos “Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás”, com refrão marcante e pegajoso. Já “A Lei” recupera o espírito libertário da “Sociedade Alternativa”, mas sem o brilho de outrora.


Em “Cavalos Calados”, Raul canta sobre sua iminente morte com uma lucidez dolorosa. A canção, posteriormente regravada por Cazuza em vesão blues, virou testamento de um artista que parecia consciente de que seus dias estavam contados. Já no lado B, “Não Quero Mais Andar Na Contramão (No No Song)” denuncia o cansaço físico e emocional.


Ainda que relegado a segundo plano dentro da discografia de Raul Seixas, “A Pedra do Gênesis” merece ser lembrado neste aniversário de 80 anos do artista. Porque revisitar sua obra é também um ato de preservação. É o registro, mesmo enfraquecido, de que Raul Seixas ainda ousava ser ele mesmo até o fim.



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