Fazer releituras de músicas já consagradas é dar sobrevida à obra que foi regravada a partir de sua própria perspectiva de arte. O Overdriver Duo, formado por Evandro Tiburski e Fabi Terada, adapta músicas que marcaram gerações em um formato mais enxuto e roda o mundo com suas apresentações.
Atualmente, a turnê “O Amor é a Resposta" já passou por 15 países e prova que os bons números do grupo não ficam somente nas plataformas de áudio e de vídeo.
Nesta conversa exclusiva com o Música Boa, Evandro Tiburski, entre muitos assuntos, falou sobre o bom momento que o duo vive e como tem sido a experiência de apresentações no exterior.
Música Boa
Quais foram os maiores desafios enfrentados para se adaptar com o público de 15 países divididos em três continentes?
Evandro Tiburski
Além da logística, eu acho que sempre é um desafio montar e pensar um show que faça sentido na nossa carreira e naquele ambiente. Mas para a nossa sorte, como a internet nos catapultou para todos esses continentes, o público já esperava mosso jeito de tocar, as nossas versões, e era muito interessante de ver que cada coisa que a gente fazia, eles reagiam porque já tinham visto na internet. Mas os desafios de logística foram gigantes, porque muitas vezes a gente saía de um voo direto para outro show.
Música Boa
Vocês têm uma característica muito grande de dar uma nova característica ás versões que fazem. De onde isso veio?
Evandro Tiburski
Eu e a Fabi fomos apresentados à essas bandas desde pequenos. Pegamos gosto por canções assim e a gente sabe que os anos 80 e 90, não só na música, mas no cinema, foram muito impactantes. Então quando a Over veio a estourar, começamos com músicas pop, mas percebemos que quando a gente pegava alguma música mais antiga, dava um "boom" ainda maior. São músicas que trazem aquela nostalgia legal pras pessoas. Elas se surpreendem quando a gente faz uma versão diferente daquilo que elas estão habituadas.
Música Boa
A versão de “Every Breath You Take” está no topo do TikTok. Qual é o segredo para fazer uma releitura de sucesso que ressoe tanto com o público contemporâneo?
Evandro Tiburski
Ela passou a própria original, com mais de 440 mil vídeos feitos a partir dela. Fizemos uma soma e ela alcançou cerca de 1 bilhão e 200 milhões de acessos. É uma marca incrível que a gente nem imaginava que ia chegar. Eu não sei qual é o segredo, mas eu acho que o nosso jeito é aclamado por todas as idades que nos acompanham. Desde as crianças até o público mais velho. Fizemos uma versão da música com o Andy Summer, do The Police.
Música Boa
Como foi a experiência de colaborar com o grupo pop japonês One N'Only na canção “Cross the Line”?
Evandro Tiburski
Foi maravilhoso. Recebemos o convite deles e vimos que eles têm uma grande relevância. Criamos uma música que já é um orgulho para nós, atingiu muita gente no mundo todo, reverberou na mídia aqui, mas também reverberou muito na mídia do Japão. Estamos colhendo bons frutos. Estamos combinando de nos encontraram porque foi lançada só a música e a ideia é fazer um clipe oficial.
Música Boa
Vocês têm uma vasta produção autoral. Como vocês equilibram o tempo entre criar novas músicas e reinterpretar sucessos já consagrados?
Evandro Tiburski
A gente gosta muito de produzir. Tem muita coisa no forno pra um álbum inteiro, mas vamos soltando conforme sentimos o momento. A gente cria quando a gente tem tempo, às vezes dá aquela inspiração no hotel ou no estúdio, a gente escreve a letra, grava aquele rascunho e de repente volta naquela música meio ano depois e quando vê, ela acontece. A gente tá sempre em produção, então somos um estúdio móvel.
Música Boa
Como vocês veem o impacto das plataformas digitais e das redes sociais no sucesso e na divulgação do trabalho de vocês?
Evandro Tiburski
As redes sociais foram tudo pra nós desde o início, porque as pessoas decidiram que a Over seria sucesso. Quando elas viam o vídeo, passavam ele pra frente e se apaixonavam pela banda, os amigos faziam a mesma coisa e assim foi seguido. Tal ponto que a gente começava a olhar o analítico de nossas redes sociais e vimos que estavamos sendo assistidos na Austrália, onde fica um dos nossos maiores públicos.
Hoje, além da rede social, a gente tem todo um trabalho que vai mostrando que o Overdiver Duo é brasileira, porque estourou muito lá fora.
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