OutroEu estreia fase em independente com single inédito focado no orgânico: "Menos robô, menos algoritmo"
- Guilherme Moro
- há 9 horas
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Após dois anos sem lançamentos, o duo OutroEu está de volta com o single “Viver de Carinho”, que chegou às plataformas digitais nesta quinta-feira. A canção marca o início de um novo ciclo e abre os caminhos para o quarto álbum da dupla — não por acaso chamado “QUARTO” — um trabalho feito de forma totalmente independente, mais íntimo, orgânico e verdadeiro.
"Foi uma pausa necessária por conta dessa coisa de sair de uma grande gravadora e rearranjar para onde a gente recalcular a rota nesse sentido mais comercial das músicas, com mais engrenagens do negócio. E também para a nossa questão criativa. Eu acho que foi o tempo de maturar o tempo necessário para que as coisas pudessem acontecer, de um jeito que a gente gostasse de fato, que gente tivesse amando as músicas, fazendo uma curadoria forte das canções, enfim, terminar o álbum, entender o que a gente ia fazer”, completa Guto.
Durante esse hiato, a dupla se desligou da Universal Music, gravadora com a qual lançaram seus trabalhos anteriores, e assumiu as rédeas do próprio negócio. A decisão marcou uma virada significativa na trajetória do OutroEu, que agora se responsabiliza por todas as etapas do processo criativo e estratégico.
"A gente teve que ter um certo trabalho, começando por subir as músicas no Spotify. Fazer o pitching pessoalmente, toda a burocracia e todas as partes do processo de montar um lançamento", explica Mike.
“Viver de Carinho” traduz esse momento de recomeço com suavidade e afeto. A faixa foi composta e gravada de forma simples, com violão e voz, resgatando o formato mais cru de composição — marca registrada da OutroEu desde o início.
“Essa música nasceu no violão, nós dois juntos, e brilhou ali mesmo. Ela nos deu o sinal de que era por esse caminho”, lembra Mike. “É aquela vibe de final de tarde, conforto, pôr do sol... A gente queria que ela soasse como um carinho no ouvido”, acrescenta Guto.
O novo álbum foi todo feito assim: sem beats, sem pressa, com canções nascendo da interação entre os dois músicos, em sua forma mais essencial.
“A gente quis focar na força da canção. Fazer com poucos instrumentos também é difícil, mas é o que a gente ama fazer. Queremos que as pessoas prestem atenção no que está sendo falado, como se estivéssemos cantando no pé do ouvido”, define Mike.
Além disso, o disco conta com a participação do engenheiro de som Flavio Senna, irmão de Mike e colaborador antigo da dupla, que ficou responsável pela captação, mixagem e engenharia de áudio do projeto.
Mesmo em um cenário dominado por lançamentos rápidos e algoritmos, a OutroEu aposta em um ritmo mais humano e artístico.
“A gente vinha num ritmo muito acelerado, sempre pensando no algoritmo. Agora, a gente tá mais no tempo da gente, mais humanos e menos robôs”, finaliza Mike.
