A ONG brasileira Agência do Bem iniciou as atividades do polo da Escola de Música e Cidadania na cidade de Braga, em Portugal. O projeto promove o ensino musical para crianças e jovens de uma comunidade cigana e incentiva a formação cidadã por meio de atividades interdisciplinares e temas pedagógicos, como direitos humanos e sustentabilidade. Localizado no Bairro Nogueira da Silva, o Polo Picoto oferece aulas gratuitas de guitarra clássica, cajón e canto coral para alunos de 7 a 24 anos.
“Em Portugal, temos o desafio de atender um bairro social que abriga uma comunidade formada integralmente por ciganos, que, infelizmente, ainda são marginalizados no país. Utilizar a música como ferramenta para derrubar essas barreiras sociais só nos motiva a seguir com esse projeto que já transformou a vida de centenas de alunos brasileiros”, afirma Alan Maia, fundador da Agência do Bem.
O processo de exportação da metodologia começou em 2022, após a seleção do projeto pelo programa “Viva o Bairro”, que foi realizado pela Bragahabit, Câmara de Braga e Human Power Hub. A iniciativa tinha como objetivo intervir junto às comunidades locais para identificar as necessidades em territórios prioritários. Com os recursos da premiação, a Agência do Bem conseguiu implementar o primeiro polo da Escola de Música e Cidadania na Europa.
O projeto tem o certificado de Tecnologia Social, o qual comprova que a metodologia e a dinâmica das aulas podem ser replicadas em diferentes territórios e, ainda assim, atingir resultados semelhantes. "Este movimento consiste na internacionalização de uma metodologia testada, aprovada e premiada no Brasil há quase duas décadas. É o primeiro projeto social de educação musical brasileiro a ser exportado, isso é motivo de muito orgulho para nós”, comenta Maia.
No Brasil, a Escola de Música e Cidadania conta com 27 polos, localizados em seis estados, e atende atualmente mais de 2.000 alunos. No contexto de impacto social, uma pesquisa mostra que, quando comparada aos índices nacionais, a chance de uma gravidez na adolescência reduz em 53 vezes, e a repetência escolar é nove vezes menor entre os beneficiados pelo projeto, além de terem índice zero no envolvimento com atos infracionais.