top of page

Guns N’ Roses mostra vigor e provoca nostalgia em show de 3h em São Paulo

  • Foto do escritor: Guilherme Moro
    Guilherme Moro
  • 27 de out.
  • 3 min de leitura

Assistir ao primeiro show do Guns N’ Roses na vida, como foi o meu caso na noite deste sábado, pode causar inúmeros pensamentos prévios: como será a energia da banda? Como está a voz de Axl? Slash continua com com vigor? E, principalmente, será que a magia de um grupo que dominou os anos 1980 e 1990 ainda resiste ao tempo? Pois bem, pelo o que vi, resiste, e com vigor. A experiência começa antes do show. Há quatro horas da abertura dos portões, filas enormes já tomavam as ruas em volta do Allianz Parque, em São Paulo. Já dentro da arena, o cenário clássico de um show que demoraria para começar, com milhares de pessoas sentadas na proteção de plástico que cobria o gramado do estádio do Palmeiras.


Allianz Parque recebeu público gigante para show do Guns | Foto: Divulgação / Guns N' Roses
Allianz Parque recebeu público gigante para show do Guns | Foto: Divulgação / Guns N' Roses

Antes do Guns subir ao palco, o Raimundos ficou responsável pela abertura. A escolha pelo grupo por meio da produção causou polêmica e debate na internet. Mas convenhamos, qual grupo não causaria? Pois bem, Digão e cia iniciaram o show com "Os Calo", faixa do novo álbum de estúdio "XXX", lançado neste ano. Opção ousada para iniciar um set de abertura. A apresentação foi prejudicada por problemas técnicos. Primeiro com a mixagem. Parecia que as guitarras de Marquim e Digão não estavam saindo no sistema de som. Depois, mais dificuldades com o microfone do vocalista, que falhou, sendo necessária troca do equipamento por mais de uma vez.


No entanto, os problemas logo foram solucionados e ficaram em segundo plano. Ao contrário da que se viu em comentários da internet, o público abraçou o grupo de Brasília e, mais do que isso, ovacionou os quatro integrantes, com direito a coro. Não faltaram os principais sucessos: A Mais Pedida", "Mulher de Fases", "Me Lambe" e "Eu Quero Ver o Oco". Digão dedicou a apresentação a Canisso, baixista da formação original morto em 2023 em decorrência de um ataque cardiáco.



Pontualmente às 19h58, as luzes se apagaram e a abertura do show começou do Guns. Pontualidade britânica para a banda norte-americana. Quando Slash deu seus primeiros passos no palco e tocou em sua clássica Gibson Les Paul as primeiras notas do riff de "Welcome To The Jungle", um barulho ensurdecedor tomou conta do estádio. Acho que nunca havia presenciado tamanha adoração a um artista.



Durante toda a apresentação, Axl Rose, no auge de seus 63 anos, demonstrou fôlego surpreendente. Ele se movimentou de um lado para o outro por todo o palco, interagindo com o público e entregando vocais bem contudentes, apesar de o timbre não ser o mesmo de outrora. Tecnicamente, se mostrou sólido.


Não pense que ele poupou a voz. Durante todo o tempo tentou replicar as modulações e melodias criadas nas gravações originais, sem baixar os tons. Claro, em alguns momentos os excessos culminaram em desafinação, mas foi muito pouco comparado à entrega do vocalista, que esbanjou carisma.


Axl Rose foi comandou a noite como um verdadeiro rockstar | Foto: Divulgação / Guns N' Roses
Axl Rose foi comandou a noite como um verdadeiro rockstar | Foto: Divulgação / Guns N' Roses

O repertório foi um passeio completo pela história da banda. “Live and Let Die” e “Don’t Cry” uniram gerações em coros emocionados. Entre um clássico e outro, Slash assumia o protagonismo em solos hipnóticos, longos e imprevisíveis, que muitas vezes pareciam massantes, mas funcionavam dentro do contexto da apresentação.


A presença do guitarrista é magnética: cartola, Ray-Ban, postura de rock star e aquele timbre clássico que é praticamente uma extensão da identidade do Guns.


Slash com sua tradicional cartola, mas sem a Les Paul | Foto: Divulgação / Guns N' Roses
Slash com sua tradicional cartola, mas sem a Les Paul | Foto: Divulgação / Guns N' Roses

O show de 3h15 poderia ter sido um pouco mais enxuto. Não por cansaço, mas para preservar a voz de Axl, que se manteve firme até o final, mesmo com os já citados alguns deslizes. O pecado foi o excesso. Foi interessante observar a sintonia entre os músicos, que, apesar da ausência de novidades no repertório (a banda não lança um álbum de inéditas desde 2008), demonstraram entusiasmo genuíno ao revisitar as canções de "Appetite for Destruction" e "Use Your Illusion I". O público, por sua vez, não pareceu se importar com a previsibilidade do setlist. Muito pelo contrário: comemorou a cada riff como se fosse a primeira vez.


O Guns N’ Roses mostrou vitalidade. A banda não estava ali para defender um novo álbum, ao contrário do que os críticos mais fervorosos julgam necessário, mas sim para provar que o peso e a paixão do rock ainda podem lotar estádios e arrebatar multidões.




 
 
Saiba o que rola no mundo da música!

Você está inscrito!

  • Branca Ícone Spotify
  • Ícone do Facebook Branco
  • Ícone do Instagram Branco
logo_escrito.png

© 2024

bottom of page