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  • Foto do escritorGuilherme Moro

Duo Camila Brasiliano e Felipe Borim lança o EP “Sois”

Após o lançamento do álbum de estreia em 2017 (“Sós”), projeto com arranjos inovadores para voz e violão, e da realização de shows no Brasil e na Europa, o Duo formado por Camila Brasiliano e Felipe Borim investe em repertório autoral no EP “Sois”, que chega às plataformas de streaming dia 15, junto com projeto audiovisual.


O projeto nasceu da parceria com o produtor e multi-instrumentista Antonio Loureiro, que ajudou a trazer uma nova sonoridade para o trabalho da dupla, que ganhou formato de banda. “Queríamos ampliar o som inicial do nosso duo, que no primeiro disco ficou focado na estética de voz e violão. Gravamos canções autorais e inéditas do Borim e o Antônio acertou em cheio nos arranjos: trouxe as influências do jazz contemporâneo e da música brasileira, em especial da música de Minas Gerais e do Clube da Esquina para o nosso som, com acompanhamento de piano, baixo, xilofone e efeitos eletrônicos”, pontua a cantora Camila Brasiliano, que cresceu ouvindo música popular brasileira. “Na adolescência, grandes cantoras como Elis Regina, Bethânia, Clara Nunes e Elizeth Cardoso foram minha inspiração e foram elas que me estimularam a fazer aulas de canto”, conta a paulistana.

Sobre as três canções do EP, “Água”, “Luz” e “Tão Só”, Felipe Borim conta: “As músicas foram surgindo ainda no processo de pesquisa e reflexão para o primeiro disco. Naquela época, estudamos muito outras gravações de duos, como Raphael Rabello e Ney Matogrosso, e os discos de violão e voz da Luciana Souza. Também acompanhamos as discussões sobre a música brasileira e os rumos da canção no meio acadêmico. Comecei a ouvir coisas totalmente diferentes, como Radiohead e Los Hermanos. Tudo isso foi plantando em mim a semente do compositor e dando origem às músicas que formam esse EP”. Assim como Camila, a música faz parte da formação de Borim desde cedo: aos 12 começou a estudar violão e aos 14 teve como mestre o violonista e compositor Ulisses Rocha. “Nos anos 2000 comecei a tocar em rodas de samba e de choro, e isso me abriu um outro mundo: mergulhei nos grandes nomes do violão de 7 cordas”,

O projeto “Sois” nasceu com a ajuda do mundo virtual, antes mesmo da pandemia chegar: Camila em São Paulo, Borim no Rio de Janeiro e Antonio em São Roque (interior de SP). Mas as afinidades musicais os estimulavam a transpor estas fronteiras: “Tivemos alguns dias de imersão presencial e o restante foi sendo produzido à distância”, conta Camila.“Quando as pré-produções ficaram prontas, fomos ao estúdio do Tó Brandileone e gravamos voz, violão e guitarras. O EP chegou em nossas mãos em março de 2020, ou seja, junto com a pandemia, o que inviabilizou o lançamento como havíamos planejado”.


Por conta dessa “parada obrigatória”, Camila e Felipe conheceram no Youtube o trabalho da artista visual Lola Ramos, que desenhou e concebeu todos os videoclipes do EP, que também serão disponibilizados no formato de curta. “Logo de cara gostamos muito do traço e dos desenhos dela. É impressionante como Lola conseguiu captar muito bem a intenção de cada uma das músicas, e juntos construímos um roteiro que constrói a busca de nossa personagem, chamada Clara, numa investigação dentro de si mesma. Criamos uma narrativa em que a observamos em diferentes momentos de sua saga existencial: na infância, na juventude e na meia idade”, define Camila. Assim, “Água”, “Luz” e “Sós” contam a história de Clara, tanto através das músicas e arranjos, quanto nos vídeos de Lola Ramos, artista brasileira que vive em Barcelona.

Mais do que um novo EP, “Sois” - que tem como base a música popular brasileira, mesclando elementos de jazz contemporâneo e rock alternativo -, abre caminho para uma nova fase na trajetória do Duo Camila Brasiliano e Felipe Borim.

Faixa a faixa, por Felipe Borim (compostas por Felipe Borim)


“Água” - Havia composto uma introdução curta no violão, para uma outra música, da cantora Roberta Zerbini, que ficou na minha cabeça. Com o tempo, acabei achando que a introdução tinha uma personalidade própria e a desenvolvi até virar uma música completa. Mas não tinha nenhuma pretensão de colocar letra; daí, num dia em que a Camila me visitou no Rio para ensaiarmos, cochilei num intervalo e sonhei com a letra. Acordei e fui correndo escrevê-la para não esquecer. A harmonia é bastante influenciada por Chico Buarque, com acordes que fogem dos encadeamentos óbvios. A melodia tem uma cara mais moderna, com influência de música instrumental, mas também de Caetano. Inclusive faz referência explícita a ele num trecho que menciona a metáfora “bruta flor”, que Caetano cunhou na música “O Quereres”.

“Luz” - Numa outra visita da Camila, tempos depois, estavam no Rio alguns amigos de Barcelona, da época que ela morou lá. Peguei o violão e surgiu, meio que de uma vez só, o riff que acompanha a melodia da primeira parte da música. Dias depois, pensando em como tocar com a Camila, veio a melodia da voz. Acho que tem uma boa influência do cantor e compositor Cícero: na época ouvia muito o primeiro disco dele, que tem composições absolutamente geniais. A letra fala do isolamento e da atomização das pessoas no mundo atual. Originalmente a ideia que tínhamos era fazer um arranjo calcado no violão, mas Antonio sugeriu que eu tocasse guitarra e colocou uma sonoridade bem mais moderna, que deu uma cara totalmente diferente para a música.

“Tão Só” - Foi um processo bastante parecido com o de Luz, e trata de uma temática parecida. Ela também foi pensada originalmente para um violão muito característico. O Antonio subverteu a lógica da música, o que foi fantástico, porque trouxe uma sonoridade complexa que reforça o sentido da letra, com bastante percussão.

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