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Foto do escritorGuilherme Moro

Criolo e Cynthia Luz se unem em nova versão de “Subirusdoistiozin”

Criolo lançou em 2010 sua versão para Subirusdoistiozin, música que faz parte do disco “Nó na Orelha” que o consagrou na música brasileira. Agora a faixa ganha uma nova versão reggae que é abrilhantada por outra grande voz do rap nacional, Cynthia Luz. Este é mais um lançamento do projeto Rap, Reggae, Party, capitaneado pelos produtores Thiago Barromeo e Lúcio Maia, ao lado do Selo Estelita.



“’Subirusdoistiozin’ é uma música que já sugere uma pegada reggae, né? Foi a coisa mais natural do mundo! De todas as músicas do Criolo com certeza ‘Subirusdoistiozin’ foi a música que mais encaixava [no projeto]. E a gente decidiu fazer na perspectiva da era do Ernest Ranglin, que era guitarrista do Skatalites. E o Ernest era um guitarrista de jazz. Então, todas as bases da música dele eram reggae ou ska, mas ele tinha aquela sofisticação da guitarra do jazz. Ele é muito estudado e cultuado. Então, a gente também queria fazer essa homenagem ao Ranglin”, comenta Lúcio Maia.


Barromeo complementa: “Ele tem uma música que se chama ‘Surfin’, que nós usamos como referência. Ela é tipo um reggae jazz. A música tem solo de piano e traz essa pegada jazzy do Ernest Raglin”.


Na letra Criolo fala sobre duas pessoas que escolhem a vida do crime, mais especificamente o tráfico de drogas (“Só função no doze, na garagem um Golf, bonitão na praia de Hornet, fi”), mesmo com ele alertando sobre os perigos dessa vida (“Mandei falá pra não arrastá/Não botaram fé subirusdoistiozin”). Ao mesmo tempo que critica o governo (“Enquanto o colarinho branco dá o golpe no Estado”), classe média e mostra as discrepâncias da sociedade (“E covarde são, quem tem tudo de bom, e fornece o mal, pra favela morrer”). Não à toa é a música mais ouvida do artista paulistano com mais de 49 milhões de audições no Spotify e mais 33 milhões em seu videoclipe no Youtube.

A nova versão da música chega também com um videoclipe protagonizado pelo ator Marco Antonio Calixto da Silva, que interpreta um jovem fazendo seus corres para sobreviver numa cidade como São Paulo. O clipe é dirigido por Júlia Bandeira e Marina Moreira Lima, que também assina a produção executiva. Quem assistir vai reconhecer partes da cidade de São Paulo, como o centro da cidade e Franco da Rocha, município que fica a 40km da capital.


“O Thiago Barromeo já conhecia meu trabalho e me convidou para dirigir o clipe. Acabei chamando a Marina para codirigir comigo. O próprio Barromeo sugeriu a ideia de incluir atores e nós decidimos trazer à tona a vivência da cidade de São Paulo. A ideia do clipe é justamente mostrar um pouco da vivência e das dificuldades de se viver em uma grande metrópole. Afinal, a música não é alegre, ela conta realidades e nós tentamos trazer a verdade do dia a dia. Um pouco do que cada pessoa enfrenta e as diferenças que existem dentro da nossa sociedade”, comenta Julia Bandeira.


O projeto Rap, Reggae, Party nasceu da mente criativa de Thiago Barromeo, produtor, guitarrista e beatmaker, que já acumula parcerias com grandes nomes do rap e do reggae nacional. Em busca de uma sonoridade única e autêntica, Thiago fez um convite especial ao lendário Lúcio Maia para produzirem o álbum juntos. Essa colaboração promete unir o talento inovador de Barromeo com a experiência e estilo característico de Lúcio, criando uma fusão musical poderosa.


 Já foram lançadas 4 músicas que estarão no disco previsto para 2025. São elas: “Pra Cima” com Thaíde e Dada Yute, “Rap Du Bom” com Rappin Hood e Planta e Raiz, “Mun Rá” com Dow Raiz e Cidade Verde Sounds, e “O Trem” com Helião RZO e Mato Seco. “O disco é um conceito de versões de clássicos do rap, numa releitura sobre a música jamaicana. Então tem rock steady, dancehall, tem ragga, tem ska, tem de tudo”, explica Barromeo.


Esse histórico por trás do Rap, Reggae, Party mostra a forte conexão de Thiago Barromeo com as cenas do rap e reggae, além de sua habilidade em unir artistas influentes. A colaboração com Lúcio Maia só reforça a fusão criativa que promete fazer esse lançamento se destacar ainda mais.

Mas a junção rap e reggae faz tanto sentido assim? Quem responde é o guitarrista e também produtor musical Lúcio Maia:


“É conhecido historicamente que grande parte da cultura do reggae foi absorvida pelo rap. O reggae é uma manifestação musical que começou na Jamaica, no final dos anos 50 para começo dos anos 60, que foi uma variação do ska. E o reggae depois transmutou para muitos tipos de ritmos diferentes como o dancehall, o raggamuffin, reggaeton. O rap, sem dúvida nenhuma, não só se inspirou como copiou muita coisa dali. Se você perceber o lance da dança, da rima, da vestimenta, tudo isso tinha muito a ver, ou seja, um é basicamente o filho do outro”. 


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