Quinta-feira, 10 de agosto, chega às plataformas de música o novo álbum do músico e cantor português José Pedro Gil (Biscoito Fino). “Trocado em miúdos” é um projeto inteiramente dedicado ao cancioneiro de Chico Buarque, com direção musical do pianista e maestro Nelson Ayres.
Antes de "Trocando em miúdos" (clássico e Francis Hime e Chico Buarque), que vinha sendo planejado há mais de uma década, José Pedro Gil havia lançado no Brasil, em 2021, o álbum "Estrada Branca", com a participação da cantora Mônica Salmaso. Agora, José Pedro mergulha com delicadeza em clássicos como “Maninha”, “Samba e amor”, “Tatuagem” (Chico Buarque e Ruy Guerra) e “João e Maria ” (Chico Buarque e Sivuca).
Para José Pedro Gil, uma das maiores razões para esta visita à obra de Chico é a força das palavras e a forma como o compositor brasileiro trata o amor. “Chico fala do amor como expressão maior da nossa existência. O amor pelo outro. O amor pela vida do outro. São temas que, de alguma forma, me foram preenchendo o imaginário ao longo de anos. Nas escolhas que fizemos, Nelson e eu percebemos que havia este elo de ligação do amor como algo constante”, pontua José Pedro.
O objetivo do projeto nunca foi "fazer o que se chama covers”, mas procurar a tradução mais correta possível para o português de Portugal, de um conjunto de obras particularmente caras ao cantor, conferindo ao repertório uma sonoridade intimista. As personagens que encontramos ao longo do álbum, em particular Nelson Ayres e Sofia, filha de José Pedro Gil (em "Maninha"), aparecem como catalisadores de uma procura interna e de uma reflexão sobre o amor existencial na experiência humana.
Coube ao maestro brasileiro a missão de revestir o disco de um silêncio musical que privilegia a palavra. "Nelson é um ser humano absolutamente fascinante, e também nele encontramos essa qualidade 'Buarquiana'. A maneira como entrega a música para ser cantada é absolutamente única”, pontua José Pedro Gil.
O processo de gravação do álbum aconteceu em Lisboa e São Paulo, com visitas de José Pedro Gil e Nelson Ayres (responsável pelos arranjos, piano e direção musical) para ensaios e sessões de gravação intensas e imersivas. Para o cantor, era muito importante partilhar e fazer música com conhecedores da obra de Chico, e perceber a reação que teriam ao ouví-la em português de Portugal. A visita ao Brasil permitiu a José Gil trabalhar com outros quatro grandes músicos: Teco Cardoso, Swami Jr., Sidiel Vieira e Bob Suetholz.