Morabeza é o título do mais recente álbum de estúdio da cantora e atriz italiana Tosca, que chega ao Brasil via Biscoito Fino. O projeto nasceu depois de uma turnê mundial que durou três anos e gerou ainda o documentário Il suono della voce, road movie dirigido por Emanuela Giordano.
Neste novo trabalho, Tosca apresenta canções originais e clássicos gravados em dueto com artistas de diferentes estilos musicais e nacionalidades. Na lista de brasileiros convocados estão Ivan Lins, Arnaldo Antunes, Lenine e Cézar Mendes. Cyrille Aimée, Luísa Sobral, Awa Ly, Vincent Ségal e Lotfi Bouchnak também terçam vozes com a italiana em Morabeza, que ganha as plataformas de streaming em 9 de setembro.
Com arranjos e produção de Joe Barbieri, as canções de Morabeza foram gravadas em vários idiomas, construindo uma ponte entre a tradição italiana e a musicalidade de outros países. Francês, português, árabe e italiano se unem em uma colorida ciranda musical para celebrar a união entre os povos, o acolhimento e o amor, temas que percorrem todas as canções do álbum.
Antonio Tabucchi, escritor italiano, definiu saudade não como uma palavra, mas como um estado de espírito. A definição cabe muito bem para morabeza, que traz um sentido de saudade misturada com alegria, e que no regionalismo cabo-verdiano significa gentileza. Tendo como base este sentimento particular, entre a nostalgia e o contentamento, Tosca canta os povos e sua música, intimista ou alegre, melancólica ou apaixonada. Canta a vida com urgência, como um amor pungente, prestes a chegar ao fim.
Além da gravação em italiano de “Ho amato tutto” (Pietro Cantarelli), o álbum que chega ao Brasil traz ainda uma versão para o português da canção, rebatizada de “Amado tudo”. Feita por Adriana Calcanhotto, a versão foi gravada em dezembro de 2021, mas Tosca já a havia cantado em italiano no Festival de Sanremo, um ano antes. “Conheci a Adriana por conta da canção 'Devolva-me', que tentei verter para o italiano. Adriana é uma artista com a qual me identifico, sobretudo pela semelhança artística que percebo nas escolhas coerentes e cuidadosas que ela faz. Gravar esta versão tão minuciosa e poética foi a realização de um dos sonhos mais importantes da minha vida. Quando a canto em português, sinto as mesmas emoções de quando o faço na minha língua. Uma espécie de pequeno milagre que espero em breve poder compartilhar com ela”, pontua a cantora italiana.
Composto por canções geradas entre 2016 e 2018, o documentário Il suono della voce registra rostos e vozes de artistas que Tosca encontrou em sua volta ao mundo: da Tunísia ao Brasil, de Lisboa à Paris. “Quando você se aproxima de outra língua, de outro som, você procura ser acolhido, se sentir em casa. E encontra sempre um fragmento que lhe pertence”. Essa troca a levou a um novo centro do mundo, onde a vizinhança musical nasce de afinidades emotivas e sensoriais. “Achei que já tinha visto tudo, mas basta colocar na mala um bocado de notas musicais e o seu coração, que a magia acontece. Assim me apresentei a Ivan, Arnaldo, Marisa, Luísa, Cyrille, Lenine, Vincet, Lotfi e Cézar... e assim fui acolhida em suas vidas. Nunca fui tão grata à Música por ela ter me dado um teto onde posso me abrigar e viver feliz”, finaliza Tosca.
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