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Foto do escritorGuilherme Moro

ÀIYÉ faz jornada conceitual entre o sagrado e o profano no poderoso clipe duplo “Pomba Gira / EXU”

Atração do Primavera Sound, ÀIYÉ joga um holofote de LED na ponte entre a pista e o terreiro, o sagrado e o profano em seu recém-lançado disco “Transes”. Reunindo a estrutura lírica e poética do ancestral e do futurista, ela lança o conceitual clipe duplo “Pomba Gira / EXU”. Representando as entidades e forças espirituais de modo performático, o vídeo é um cartão de visitas para uma artista que tem feito de sua fé a sua verdade. Por meio de sua poética, ÀIYÉ traz um olhar pop e universal para temas brasileiríssimos.



Repleto de símbolos, entre eles a encruzilhada (um dos estandartes do álbum de ÀIYÉ) e uma atmosfera contemporânea em sua estética, a produção traz uma abordagem punk e ‘do-it-yourself’ para o sagrado para representar diferentes versões de exu. “Esse é talvez o lançamento mais conceitual e profundo que eu já fiz. Escolhi essas músicas juntas pra homenagear tanto o Orixá Exú, a quem me refiro na música baseada em um itã da criação que conta como Exú comeu o mundo, digeriu, e depois devolveu tudo pro lugar - se tornando assim o guardião de todas as coisas, dos entres, tudo e nada, justamente por conhecer a essência de tudo que existe. E também a entidade Exu, através das pombogiras, que revelam a força e o poder de se saber mulher”, conta Larissa Conforto, a multiartista carioca à frente de ÀIYÉ.


Ela continua: “Elas são a própria revolução feminista, elas revelam as histórias das mulheres que lutaram por si mesmas, desafiando os muros do patriarcado, mesmo que isso lhes custasse a vida. As putas, as trabalhadoras, as mães solteiras, as travestis, aquelas que lutam pra ter direito sobre o próprio corpo. Eu quis trazer uma releitura atual dessas entidades tão fortes e amadas. Quis mostrar pombogiras dos anos 2000, que dirigem suas bikes e andam de coturno. Pra mim, elas guardam o espírito punk/riot grrrl. São as punk brasileiras, a história das nossas marginais, que não serão esquecidas”.


Lançado pela Balaclava Records, “TRANSES” é o segundo álbum solo da artista. Em 13 faixas, ÀIYÉ une referências que vão de Clara Nunes a Rosalía, passando por nomes como o galego Rodrigo Cuevas, Bjork e Djavan. As duas faixas co-produzidas pela artista com Diego Poloni ganham a criação cinematográfica com direção de ÀIYÉ e MOOLUSCOS. O vídeo está disponível no canal do YouTube da artista.

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