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  • Foto do escritorGuilherme Moro

Versátil, diferente e eclético: Entrevista com Acústico A5

Marcos Thomazini (Voz), Rico Govoni (Baixo e Vocais), Bruno Frusciante (Violão), Dito Maradona (Violão) e Maicon Trindade (Bateria). Com uma proposta única e eclética, o Acústico A5 se formou unindo o sertanejo tradicional e contemporâneo com música pop e brasileira, resultando em um repertório versátil.


Foto: (Victor Sanches)


Blog Música Boa

Como surgiu a ideia da criação e conceito do Acústico A5?


Acústico A5

A ideia do Acústico A5 veio de uma conversa informal no Whatsapp. Nós queríamos ir além do sertanejo e fazer algo mais diversificado. É um projeto muito eclético, porque abrange várias épocas e estilos. Nós vamos do pop ao rock e do sertanejo universitário até os famosos “modões”. Sempre respeitamos todos os estilos, mas procuramos alcançar todos de eles de maneira que a gente goste de escutar. Não é fácil fazer isso, mas é um grande desafio. Gostamos muito disso. Nesses últimos ensaios, estamos inserindo músicas internacionais no repertório.


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A cena de barzinhos, que existe em Boa Esperança do Sul, é muito voltada para o sertanejo. Na região, há espaço para artistas mais ecléticos como vocês. Como está sendo a aceitação da banda nesse nicho tão específico que é encontrado na cidade?


Acústico A5

A aceitação foi bastante positiva. Tanto público, quanto o contratante reconhecem essa nossa diversidade. No entanto, por ser uma cidade interiorana, ainda se espera muito da música sertaneja. 70% do nosso repertório tem que ser sertanejo. Não tem como. Geralmente nós fazemos uma sequência de músicas sertanejas e damos uma quebrada com um pop/rock ou um samba, por exemplo. É o que procuramos fazer. A gente procura buscar músicas completamente lado A e que se encaixem em nosso formato acústico. Não adianta a gente pegar uma canção cheia de metais ou teclados e tentar fazer com cajon e violão: fica muito esquisito.


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De que maneira a pandemia atrapalhou os planos do grupo?


Acústico A5

A divulgação de nosso projeto foi muito prejudicada, principalmente na região. As redes sociais até ajudam, mas nada é melhor do que o público ver uma apresentação nossa e de fato saber como a ideia é executada. Nós sempre defendemos muito a bandeira do ao vivo. Para nós, é a melhor maneira de se fazer música. Obviamente que fazer coisas nas redes sociais dá para ter uma ideia de como é, mas não é a mesma pegada do ao vivo. As lives ajudaram a manter nosso engajamento. Mesmo com a paralisação de shows, nós continuamos tirando músicas e trabalhando no repertório. Esperamos que tudo isso passe logo para retomar nosso projeto. Temos muita coisa boa para mostrar.


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Como é feita a escolha do repertório, levando em consideração que a banda tem cinco integrantes de diferentes nichos e influências musicais?


Acústico A5

A gente avalia se a música fez muito sucesso e se encaixa no formato acústico. É uma decisão feita em conjunto e quando é possível nós atendemos alguns pedidos. Claro que temos nossas preferências e um estilo a seguir. Hoje o nosso repertório passa de 100 músicas, tranquilamente.



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A ideia sempre foi fazer apresentações em formato acústico? Vocês já cogitaram trabalhar em um formato mais elétrico?


Acústico A5

No início da banda, a gente queria fazer algo totalmente desplugado. Eram dois violões com cordas de nylon e só uma voz, eventualmente duas. Com o passar do tempo, começamos a perceber que algumas músicas pediam algo mais estridente, como um violão com cordas de aço. Inserimos músicas com viola caipira, bateria, violão de 12 cordas e dando um preenchimento para o nosso som. A gente se apropria do termo acústico, mas já passamos disso faz um tempinho. Fica praticamente um Acústico Valvulado (risos).


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A região de Boa Esperança do Sul, é recheada de grandes compositores e músicos excelentes. Quando a banda faz uma apresentação na região, vocês sentem que existe uma pressão maior e olhares um pouco mais criteriosos, graças a essa tradição de grandes artistas que por aqui nasceram?


Acústico A5

Olha, nossa autocrítica é muito grande. Isso faz com que a pressão venha de nós mesmos, sendo maior do que qualquer cobrança externa. Nós sempre exigindo o melhor um do outro e sabemos da qualidade e experiência que cada um tem. De fato, nossa terra é muito farta de artistas incríveis, que apesar de não ser sucesso a âmbito nacional, tem uma relevância muito grande regionalmente. Então quando a gente chega em uma cidade próxima e diz que é de Boa Esperança, logo as pessoas já associam a artistas de nossa cidade que fazem um trabalho maravilhoso. Sempre que fazemos um show com uma qualidade bacana, as pessoas sempre esperam que o próximo seja no mínimo igual ao anterior. Isso envolve repertório, qualidade dos instrumentos, voz, som e uma série de coisas. A gente se preocupa muito com o som que sai para o público, que muitas vezes não depende da própria banda.


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Apesar da fartura de grandes artistas que comentamos, Boa Esperança é uma cidade que conta com pouco espaço e lugares pra tocar, principalmente pra bandas e artistas iniciantes. Como vocês enxergam esse cenário e o que pode ser feito pelas autoridades municipais para reverter essa situação?


Acústico A5

Nós temos praticamente três lugares que fazem evento na cidade, o que é muito pouco. Fica difícil manter uma frequência de shows. Por parte da prefeitura, tem muito pouco evento. A cidade é muito pouco desenvolvida culturalmente, embora a gente saiba que tem muito público. Nós temos muitos músicos bons que estão na cena e outros que ainda não estão. Existe um pessoal que precisa de espaço não somente na música, mas sim na cultura e arte em geral. A prefeitura precisa incentivar mais essas ações. Sentimos que o cenário é muito parado. Isso atrapalha, porque tem muita gente boa querendo mostrar seu talento. Uma das coisas que podem saciar essa falta de desenvolvimento cultural, é a realização de saraus. Faz muita falta porque nós gostamos de ver outras pessoas tocarem, independente do estilo. Infelizmente a mentalidade das pessoas que estão lá dentro precisa mudar para poder fomentar essa falta de eventos na cidade. Por exemplo, se a prefeitura anunciar que no sábado a noite em alguma praça da cidade vai ter um palco com apresentação de artistas locais, com certeza vai lotar. Em torno desse show, vai ter o pessoal do comércio vendendo cachorro-quente, refrigerante e outras coisas. Isso acaba movimentando também a economia da cidade. Uma coisa gera a outra. Talvez não seja uma questão financeira, mas sim de boa vontade.


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Futuramente, vocês pretendem trabalhar com músicas autorais?


Acústico A5

A ideia do autoral é muito presente. Ninguém da banda é compositor por vocação, então não sabemos muito bem quando vamos começar a inserir isso. O Bruno tem algumas composições, mas no princípio vamos ter que buscar compositores. Não é fácil fazer uma letra com qualidade e métrica certa. Há um grande potencial para isso, mas o que está faltando no momento é tempo.


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Qual o show mais marcante da banda e qual o maior perrengue que vocês já passaram?


Acústico A5

Sem sombra de dúvidas foi o show que fizemos no fim do ano passado na praça de Boa Esperança. Lá a gente conseguiu mostrar nosso lado mais elétrico, fugindo completamente do acústico. Existe também toda uma magia de tocar no fim de ano da praça, pelo evento tradicional que é. Falando de perrengue, nesse mesmo show o Marquinhos foi subir no palco para passar o som e quase quebrou o braço. Ele ficou inteiro com o braço pendurado. Outra coisa que aconteceu nesse dia, foi que o nosso baterista não trouxe o equipamento da bateria, somente o banco e a baqueta. O contratante só tinha o corpo do instrumento. A gente teve que sair pela cidade de última hora para achar alguém que tivesse uma bateria. No final deu tudo certo e foi um show incrível.


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Quais os planos futuros? O que podemos esperar do Acústico A5?


Acústico A5

Queremos renovar nosso repertório e conseguir sair dessa pandemia, pelo menos do mesmo jeito que ela começou. Só isso já vai ser uma grande conquista. Queremos divulgar mais nosso sucesso a nível regional e gerar mais conteúdos nas mídias sociais. A médio prazo queremos seguir essa linha mais autoral que comentamos anteriormente.

 

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