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Foto do escritorGuilherme Moro

Universal Music relança em vinil o último disco de Cazuza

Lançado em agosto de 1989 pela Polygram, hoje Universal Music, no fim dos tempos áureos dos long plays e do início da consolidação do novo formato CD, o álbum “Burguesia”, de Cazuza, foi apresentado original e estrategicamente nas versões LP e CD. O vinil era duplo, para comportar as 20 faixas. Esse é o último trabalho do poeta, que estava com a saúde já bem debilitada, mas nem por isso deixou de ser um de seus projetos mais icônicos. À época de seu lançamento, o álbum vendeu a excelente marca de mais de 250 mil cópias.

 


Para celebrar os 35 anos desse importante disco, a Universal Music apresenta agora a reedição do projeto, também em vinil duplo, nas cores azul e amarelo.

 

O primeiro disco ressalta a veia roqueira do poeta carioca em faixas como “Burguesia” (George Israel/ Ezequiel Neves/ Cazuza) e “Nabucodonosor” (George Israel/ Cazuza). Estão ainda presentes “Tudo é Amor” (Laura Finocchiaro / Cazuza) e “Garota de Bauru” (Cazuza / João Rebouças). “Eu agradeço” (George Israel/ Nilo Romero/ Cazuza), “Babylonest” (Lobão/ Leducha/ Cazuza), “Eu quero alguém” (Renato Rocketh/ Cazuza) e “Como já dizia Djavan”, parceria Frejat e Cazuza, estão presentes no lado B do disco 1, que termina com o folk desesperançado “Perto do fogo” (Rita Lee/ Cazuza).

 

O disco 2, que traz um viés mais próximo da MPB, tem em seu repertório “Cobaias de Deus”, emocionante parceria com Angela Rô Rô, na qual Cazuza expõe sua dor: “Meu pai e minha mãe, eu estou com medo/ Porque eles vão deixar a sorte me levar”. “Mulher sem razão” (Dé/ Bebel Gilberto/ Cazuza) alivia, mas nem tanto: “Sonhar só não tá com nada/ É uma festa na prisão”, sentencia o bardo. “Quase um segundo” (Hebert Vianna) e “Esse cara” (Caetano Veloso) ganham versões delicadas, beirando o desamparo. Há ainda “Filho único” (Cazuza/ João Rebouças) e o samba-canção “Preconceito” (Fernando Lobo / Antonio Maria). “De que vale sonhar um minuto se a verdade da vida é ruim? / Se existe um preconceito muito forte separando você de mim”, sentencia Cazuza.

 

O lado B do segundo LP abre com “Azul e amarelo”, parceria de Cazuza e Lobão, na qual o poeta exagerado entoa verso de Cartola, um de seus ídolos, para se tornar, ainda que postumamente, parceiro do autor de “Um mundo é um moinho”. Cazuza dá novos sentidos ao blues rock “Cartão postal” (Rita Lee/ Paulo Coelho) e traz parceria com Leoni, em “Manhatã”, e Arnaldo Brandão, em “Bruma”. “Quando eu estiver cantando”, outra parceria de Cazuza com João Rebouças, encerra o álbum de maneira comovente.


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