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Foto do escritorGuilherme Moro

Philippe Seabra, da Plebe Rude, lança biografia: "O Cara da Plebe"

A história do rock brasileiro ganha um novo capítulo com o lançamento de “O Cara da Plebe”, uma autobiografia sem filtros de Philippe Seabra, líder e cofundador da icônica banda Plebe Rude.



O livro, publicado pela Editora Belas Letras, será lançado oficialmente no dia 9 de outubro em duas versões: uma edição limitada em capa dura com itens exclusivos, incluindo uma foto autografada pelo músico, e outra versão em capa comum. Na obra, Philippe Seabra destaca como conseguiu driblar as armadilhas da indústria e como enfrentou a censura de frente.


Conhecida por suas letras politizadas e sua postura crítica, a Plebe Rude foi uma das vozes mais ativas contra a repressão e a censura durante o regime militar no Brasil. No livro, Seabra relembra os embates diretos com a censura federal que vetou a faixa Censura por conter o "palavrão" porra – um veto que, como o livro revela, ia além da palavra e tocava na própria mensagem contestadora da banda. Com trechos inéditos de documentos e depoimentos de época, “O Cara da Plebe” revela que a censura da música não se deu apenas pela expressão considerada vulgar, mas pelo incômodo político gerado pela canção, que criticava diretamente o sistema de censura da época. A composição "pecava por certo exagero" ao afirmar que "ninguém censura a censura". Esse episódio marcou uma das inúmeras batalhas entre a banda e as autoridades, e é apenas um dos muitos relatos explosivos que Seabra compartilha pela primeira vez.


A autobiografia também mergulha na efervescente cena musical de Brasília nos anos 1980, onde Seabra conviveu de perto com figuras como Renato Russo, que convidou Seabra duas vezes para integrar a Legião Urbana. O livro revela os bastidores dessa relação e como a Plebe Rude, com seu som pesado e letras de forte crítica social, foi uma das principais influências para a formação da Legião, considerada uma das maiores bandas de rock do país.


Além disso, Seabra narra a criação de hinos como Proteção, um dos maiores manifestos contra a ditadura, e como ele e sua banda utilizaram o sistema midiático da época para propagar suas ideias revolucionárias sem fazer concessões comerciais, mesmo quando apareceram nos programas de maior audiência da televisão brasileira.


Ao longo de mais de 40 anos de carreira, Philippe Seabra manteve uma postura inabalável de resistência ao mainstream e ao comercialismo, o que rendeu à Plebe Rude um lugar de destaque no cenário do rock nacional. “O Cara da Plebe” traz um relato íntimo e provocador sobre as lutas e desafios de manter a coerência artística em um ambiente muitas vezes hostil, e como a banda se manteve fiel às suas raízes de contestação.


Seabra não se esquiva de temas polêmicos e oferece uma visão crítica sobre o cenário político do Brasil, tanto nos anos de chumbo quanto na era democrática, refletindo sobre o preço de não fazer concessões em um mundo onde as pressões comerciais e políticas estão sempre à espreita.


O livro “O Cara da Plebe” está disponível no site da editora e em sites parceiros, como Travessa, Livrarias Curitiba, Martins Fontes, Livraria da Vila, Amazon entre outros. A obra chega às livrarias a partir do dia 20 de novembro de 2024.

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