O álbum "Como Seria Explodir Um Amor Tão Concreto Duro de Partir?" de Luizinho Lopes chegou às plataformas de áudio nesta sexta-feira (6) e é a nona obra do artista em quatro décadas na música. Este lançamento, que combina a riqueza da poesia com arranjos cuidadosamente elaborados, é um testemunho do compromisso inabalável de Luizinho com a qualidade e a criatividade.
Minas Gerais, terra rica e celeiro de grandes nomes, não se cansa de nos entregar obras primorosas como este álbum, que se torna ainda mais charmoso com sua capa assinada pela artista plástica Fernanda Cruzick, que pode ser vista ainda com mais detalhes, inclusive em alto relevo, em sua versão em vinil.
O álbum é uma experiência auditiva
que nos envolve profundamente, oferecendo um vislumbre do inconsciente do artista e sua capacidade de transformar pensamentos e emoções em músicas cativantes.
Gravado nos estúdios Macieiras e Versão Acústica, em Minas Gerais, a direção musical de Marcos Filho, Dudu Viana, Salomé Viegas e Luizinho Lopes resultou em um som impecável. A mixagem de Ricardo Itaborahy e a masterização de Luiz Tornaghi acrescentam um polimento perfeito a cada faixa.
O repertório de 10 faixas, quase todas de autoria de Luizinho Lopes, com destaque para a colaboração com o renomado romancista Luiz Ruffato em "Em Menos de Um Minuto", é um verdadeiro tesouro de composições originais.
Ao início, o nome do álbum pode causar estranheza, que logo é quebrada na primeira faixa, ao notarmos os inúmeros questionamentos que o artista faz e claro, entre eles, Como Seria Explodir Um Amor Tão Concreto Duro de Partir?
As participações especiais, como a incrível voz da cantora Natália Vargas nas faixas “Canção de Ninar Mãe”, “Hóstia da Noite” e “Mudou o Tom”, e a majestosa Orquestra Sinfônica de São Petersburgo na faixa "Órbita", adicionam camadas de profundidade e emoção às músicas.
A riqueza lírica das canções de Luizinho Lopes é um destaque notável. Suas letras fogem da superficialidade tão comum nos dias de hoje, mergulhando profundamente na tradição da música popular brasileira. No entanto, ele faz isso sem simplesmente copiar ou repetir, mostrando um domínio autêntico e uma abordagem fresca.
O que chama atenção, além de todo o ambiente introspectivo criado nas dez canções que compõem o álbum, é a sonoridade da viola caipira, que ganha destaque em "Epicentro".
É evidente que Luizinho Lopes é um artista que merece reconhecimento e apreciação mais ampla. Seu primeiro álbum, "Nem Tudo Que Nasce É Novo", que conquistou os japoneses em 2018, já indicava seu talento excepcional. Este novo trabalho é mais do que um cartão de reapresentação; é uma afirmação sólida de seu lugar na música brasileira contemporânea.
Em resumo, "Como Seria Explodir Um Amor Tão Concreto Duro de Partir?" é um tesouro musical que merece um lugar especial na coleção de qualquer amante da música brasileira de qualidade. Que sorte a nossa.