LS Jack Volta à Ativa com Músicas Novas e Vinny nos Vocais
- Guilherme Moro
- 11 de set. de 2020
- 4 min de leitura
Sucesso absoluto no início dos anos 2000, o LS Jack alcançou o topo das paradas de sucesso com hits como “Carla” e “Sem Radar”.
Vitor Queiroz é o baixista original do grupo e esteve presente em todas as formações. Conversamos com o músico, que contou sobre a nova fase da banda e sobre a importância de se reinventar após anos de careira: “Diante de tudo que estamos vivenciando, reinventar talvez seja o que melhor nos representa. Sinceramente, não achei que fosse mais viver a música da maneira intensa como estamos”, confessa.
Com o espaço cada vez menor nas grandes mídias, o Pop/Rock perdeu o apelo comercial que tinha nos últimos anos. Perguntado sobre a importância da volta do LS Jack para a cena, Vitor argumenta: Tudo que eu disser em nome do Pop/Rock vai soar pretensioso. Penso que a nossa capacidade de fazer novas músicas está plena e fértil. Nosso objetivo é conseguir imprimir nos registros todo esse sentimento criativo que estamos vivenciando. O papel de avaliação é dos jornalistas e público."
A maneira de se comunicar e viver mudou e com a música não é diferente. Queiroz comentou sobre as principais diferenças do cenário musical do início dos anos 2000 para 2020: “A maior diferença é o impacto da internet. Minha geração teve que aprender a se reinventar, instalar um chip novo e aos poucos ir seguindo o fluxo. Hoje as ferramentas estão disponíveis e isso é muito bom por um lado", afirma.

LS Jack em nova formação (Foto: Divulgação)
Com três músicas já lançadas, o LS Jack está novamente se consolidando como uma banda importante no cenário: “Acabamos de gravar seis músicas em áudio e vídeo com a parceria da Indie Records, nossa antiga gravadora. Nosso novo trabalho está ficando muito bonito, acredito que fica pronto para outubro. São seis músicas com duas inéditas, fiquei feliz demais com o resultado. Creio eu que futuramente esse projeto vai ter uma parte dois".
A trajetória de sucesso do LS Jack, no início do milênio, foi interrompida por uma cirurgia mal sucedida do até então vocalista Marcus Menna. O músico ficou dois meses em coma e teve grandes sequelas. Desde então, a banda nunca alcançou a mesma projeção de outrora.
Vinny fez muito sucesso no Brasil também no fim dos anos 90. Unindo o útil ao agradável, a junção dos artistas vem rendendo repercussão e bons frutos. Vitor contou como surgiu a ideia: “Desde o início Vinny era um amigo próximo da banda. Eu, Serginho (Guitarrista LS Jack) e Bicudo (Baterista LS Jack) estávamos conversando sobre uma possível volta da banda. Um dia eu saí com o Vinny e acabei comentando com ele o nosso desejo de retornar aos palcos. Ele me disse que a volta só faria sentido se ele participasse. Em uma madrugada mandei uma mensagem para ele perguntando se aquela proposta ainda estava de pé. Quando ele acordou, disse que toparia fazer um projeto com a gente”.
O novo vocalista também conversou com o Blog Música Boa e confessou que não esperava mais retornar para o meio artístico: “Confesso que não pensava mais em voltar aos palcos, mas desde o início do ano, após um papo com meu filho, fiquei entusiasmado com a ideia. Foi crescendo o desejo de tocar. Acho que a partir da reabertura do mercado de shows vamos meter o pé na estrada com força de quem está iniciando. Por dentro, estamos com 18 anos de idade (risos)”, brincou Vinny.
O principal hit de Vinny nos anos 90, foi a música “Heloísa, Mexe a Cadeira”. Ele contou como surgiu a ideia da composição: “Em uma festa em que fui, observei uma menina dançando ao som de “A Namorada” do Carlinhos Brown. Eu precisava de uma música dançante e mais leve naquele disco que era pesadíssimo, cheio de guitarras e rancor. Aos 45 do segundo tempo decidi gravá-la. Fiz na noite anterior ao último dia de gravação. Ela tomou vida própria (risos)”.

(Foto: Divulgação)
Ainda em um bate-papo sobre os tempos áureos da carreira, Vinny nos conta uma passagem curiosa com o consagrado Zé Ramalho: “Sempre que cruzo com algum fã daquela década, rola aquele pedido: - Vinny, canta Mexe a Cadeira? Pois bem, eu sou fã de carteirinha do Zé Ramalho. Estive com ele dividindo o camarim num programa de tv. Fui chamado ao palco, mas antes de sair do camarim eu fiz um pedido para ele: - Zé, canta um pedacinho de ‘Avôhai’ (risos). Fã é fã, né?”.
O artista, que ficou afastado da música durante alguns anos, relatou sobre como esse período foi importante em sua vida pessoal e relembrou como foi o dia da gravação do álbum que ele considera o melhor de sua carreira: “Me dediquei e ainda me dedico à minha vida acadêmica. Me formei em Filosofia, fiz mestrado em Ciências Sociais em Buenos Aires e essa semana entrego meu trabalho de conclusão do curso de formação em Psicanálise, minha profissão paralela. Tudo isso é muito importante para mim, pessoal e profissionalmente. Pessoalmente, eu gosto muito do meu álbum “Acústico Circular”. Foi uma oportunidade de gravar todas as músicas importantes da minha carreira, em um ambiente bem leve e vibrante. Foi um lual dentro do teatro Cacilda Becker, no Rio de Janeiro. Tudo muito simples. Tudo muito bonito. Foi uma noite mágica".
"Esquece a Solidão e Sai" é um dos novos singles do LS Jack