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João Rock finaliza 21ª edição com mais de 30 shows e momentos emblemáticos

Foto do escritor: Guilherme MoroGuilherme Moro

Neste sábado (8), o João Rock 2024 levou mais de 70 mil pessoas ao Parque Permanente de exposições, em Ribeirão Preto. Foram mais de 30 shows divididos em quatro palcos.


A 21ª edição do Festival João Rock reuniu 70 mil pessoas, que curtiram mais de 30 shows em 4 palcos - Foto: Rafael Cautella

No palco João Rock, as principais atrações foram Samuel Rosa, Os Paralamas do Sucesso, Detonautas, Emicida & Pitty e CPM 22. No Aquarela, dedicado somente às mulheres, Marina Lima, Tássia Reis e Duda Beat comandaram o line-up, enquanto no palco Brasil, célebres nomes da música brasileira como 14 Bis, Ney Matogrosso, Novos Baianos e Djavan abrilhantaram a estrutura do palco, baseada na bandeira do Brasil.


Nem mesmo o cancelamento de última hora do show de Lulu Santos por questões de saúde tirou o brilho do palco Brasil, que vamos abordar em breve neste texto.


No palco Fortalecendo a Cena, nomes do trap e do rap nacional foram os protagonistas, entre eles, Teto, Riu, Veigh e Ebony. A rapper concedeu entrevista ao Música Boa poucos minutos após subir ao palco e falou sobre a cena de modo geral.


"Essa movimentação que os festivais têm feito de dar espaço para o rap é fundamental. Nós não cabíamos em lugar nenhum. Era uma música vista como pouco intelectual. Ver nosso som chegando em grandes eventos, com o público interessado em ouvir, é lindo", comemora Ebony.


No palco João Rock, os Detonautas apresentaram a turnê acústica, que está rodando o Brasil a fim de divulgar o álbum desplugado que lançaram no ano passado.


A escolha da banda para encerrar a tarde do festival foi perfeita, já que o grupo, extremamente ensaiado, conseguiu emocionar o público com seus hits e surpreenderam com um ótimo cover de "Um Sonhador', da dupla sertaneja Leandro & Leonardo.


Tico Santa Cruz interpretando "Olhos Certos", já na parte final do show (Foto: Guilherme Moro)

Um dos shows mais esperados da noite, Samuel Rosa começou seu setlist com "Vamos Fugir" e embalou uma sequência de sucessos do Skank, até chegar na execução de "Segue o Jogo", primeiro single de seu álbum de estreia como solista, que será lançado no final deste mês.


Alguns internautas criticaram o cantor por basear o repertório de seu show, quase que em sua totalidade com canções do Skank. No entanto, é importante relembrar que praticamente toda a obra escrita por Samuel Rosa foi dedicada à banda. Sua carreira solo ainda não tem novos trabalhos. Com o tempo, as canções do Skank vão diminuir do repertório.


Samuel Rosa ainda relembrou o feat que fez com o Ira!, na canção " Tarde Vazia", no acústico MTV do grupo paulistano, em 2004. Na execução ao vivo da música, o cantor e compositor resgatou o arranjo da gravação original da banda.


Logo em seguida, Os Paralamas do Sucesso subiram ao palco ao som de "Vital e Sua Moto" para iniciar um dos melhores shows de todo o festival.


A união de Hebert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone forma um peso inacreditável no palco. Para mim, que nunca tinha assistido aos Paralamas ao vivo, foi algo surpreendente. A cozinha de Bi e Barone formaram a sustentação necessária para a guitarra de Hebert tomar às frequências agudas da apresentação.


O público foi delírio quando Samuel Rosa voltou para dar uma canja em "Lourinha Bombril" e dividiu os vocais com Hebert. O show ainda contou com os hits "Aonde Quer Que Eu Vá" e "Lanterna dos Afogados".


Figurinha carimbada no João Rock já há muitos anos, o CPM 22 também esteve presente na edição 2024 e cantou, além de seus clássicos, músicas do mais recente álbum, "Enfrente", que chegou às plataformas no início de maio.


O grupo é um dos mais longevos e sua geração e, em entrevista ao Música Boa, Badauí, vocalista e principal letrista, falou sobre as dificuldades de se manter na ativa após tantos anos de estrada.


"Por mais que a gente tenha um público muito sólido, o que nos mantém na ativa é o amor pelo trabalho e o profissionalismo, além das músicas. Quando continuamos lançando coisas boas e letras que falem a verdade de quem vive a banda, a probabilidade de atingir as pessoas é muito maior. Mas isso não significa que o jogo está ganho. Se a dificuldade é grande para nós, imagina para ótimas bandas do underground. Sempre procuro divulgá-las. No geral, se manter relevante é mais fácil quando se faz tudo com verdade", disse poucos minutos após o show.


Apesar da enérgica apresentação, a mixagem do show ficou muito abaixo das demais bandas, onde a voz do Badauí encobriu o instrumental. Infelizmente, o fato comprometeu o show, que seria muito melhor não fosse o problema técnico.


Palco Brasil


Claro que seria humanamente impossível esta reportagem acompanhar todos os shows que o festival proporciona, então estou escrevendo somente das apresentações que pude assistir.


No palco Brasil, o 14 Bis emocionou cantando clássicos da música brasileira, com uma levada mineira que só esta geração de artistas consegue transmitir.


O grupo é um dos mais longevos do país e mantém os mesmos integrantes que quando foi criado, no final da década de 70, somente com a baixa de Flávio Venturini, que se despediu do 14 Bis em 1988.


Sobre a longevidade, Sério Magrão (baixista) comentou sobre os segredos que fazem a banda estar há tantos anos na ativa.


"Estamos chegando aos 45 anos de carreira. O que nos mantém unidos, é a estrada, porque somos um grupo que realmente gosta de se apresentar. Estamos chegando aos 3 mil shows e gostamos muito do que fazemos. Além disso, existe uma amizade e um respeito muito grande entre nós".


Também marcaram presença no palco Brasil, os Novos Baianos, representados por Baby Consuelo, Paulinho Boca de Cantor e Pepeu Gomes, em um show celebrando os 50 anos de "Acabou Chorare", que foi recentemente indicado como um dos 300 maiores discos da história pela revista norte-americana “Paste Magazine".


Em entrevista coletiva após o show, os baianos exaltaram a publicação feita pela revista e, principalmente a obra que realizaram ao longo dos anos. “Eu acho que quem mais ganha com isso é o nosso público, já que a gente está deixando aí um legado para quem quiser aproveitar. Quer ser músico brasileiro? Mergulhe na música dos novos baianos, mergulhe nas raízes brasileiras”, afirmou o guitarrista Pepeu Gomes.


"Os pais se preocuparam em levar nossas músicas para essas crianças. A galera sente uma onda na gente, por toda a nossa história de morar juntos e isso cria uma identidade. Temos um lado rock and roll e isso é uma loucura", finalizou Baby Consuelo.


O palco foi encerrado com um oceano de pessoas assistindo ao show de Djavan, quase como um culto à música e à obra de uma dos maiores cantautores de nossa história.


O artista cantou todos os seus principais sucessos e fez um bloco acústico durante a apresentação, que ficou ainda mais intimista, apesar do grande público que acompanhava.


Com isso, fim do João Rock 2024, que hoje, sem dúvidas, é o festival mais roqueiro, brasileiro e musical do Brasil. Entre tantas coberturas que fazemos anualmente no Música Boa, poucos festivais tem uma curadoria tão relevante e uma produção tão impecável como o João Rock.

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