Após protagonizar trabalhos como a série e o filme "Mamonas Assassinas", que em dezembro de 2023 foi para as telonas com maior estreia do cinema nacional desde a pandemia, Rhenin abre seus caminhos na cena musical com "Boneco de Teste", seu EP de estreia.
Se engana que pensa que a empreitada é nova, já que a música sempre esteve na vida do artista e esteve a frente das artes cênicas por muito tempo.
"Eu escrevo e toco já faz muito anos. Muitas faixas eu escrevi no ano passado e outras foram feitas há muito tempo. Este trabalho foi feito todo em quatro meses. O processo de criação foi o mais gostoso de tudo, para expor minhas reflexões e momentos da minha vida. Demorei demais para cantar minhas músicas e não pretendo parar tão cedo. Foi um processo delicioso", afirma.
Sua vida como ator desempenhou um papel fundamental em todo o processo, já enriquecido por diversas influências, desde obras e músicas inspiradoras até livros, filmes, sonhos e, também, ruídos metropolitanos. Esse caldeirão de estímulos culminou na criação das letras e melodias inicialmente moldadas pelo violão e guitarra.
"Eu lido muito bem tanto com meu lado ator, tanto com meu lado músico. Quando embarco em um personagem que vou interpretar, a música é muito presente. Crio até playlists para interpretar melhor. Antes de ser um ator, eu sou músico". O músico destaca o papel essencial do produtor Kiko Cabral nesse processo, descrevendo-o como "um produtor bem sensível e disposto a se abrir para o novo". Além de produzir as 5 canções disponíveis no registro, Kiko também é parceiro de composição da faixa "Ouro", uma música que, nas palavras de Rhenin, "afirma o poder da palavra e dos nossos pensamentos".
O fio condutor do projeto é, afinal, a sensação de estar flutuando no universo enquanto se escuta o EP. Com graves e timbres envolventes de sintetizadores, a voz de Rhenin passa a mensagem sem drama excessivo. A sonoridade traz uma fusão de experiências, conectando-se com a criança interior e dançando com o caos interno de cada um.
"Meus anos estudando atuação foram fundamentais pra eu poder ter minha originalidade estética como artista. Esse clipe é um exemplo disso. Mas não somente no visual, já que o teatro musical me proporcionou saber interpretar uma canção e hoje vejo que até mesmo uma desafinada faz parte de um processo", diz o artista sobre suas experiênciais na carreira.
Sobre o processo de crescimento de carreira e mercado musical, o artista foca em sua arte, sem pensar tanto nos formatos mercadol[ogicos que a indústria pede.
"Antes de fazer um hit, quero fazer algo que faça sentido pra mim e que converse com o que estou sentindo. Isso é mais importante do que ter uma música na boca do povo. Expor meus traumas e sonhos é quase uma terapia. Consequentemente, quando a parada é de verdade, rola uma identificação das pessoas. É aí que a arte acontece".
O filme que conta a história da banda Mamonas Assassinas recebeu muitas críticas, tanto de espectadores comuns, quanto de especialistas e em cinema. Rhenin, que interpretou o baixista Sérgio Reoli, afirma que lida bem com isso.
"Críticas sempre vão existir. É natural. Li e vi algumas coisas e acho que todos têm o direito de expressar suas opiniões. Quando li o roteiro, entendi que é uma história baseada em fatos reais, o que proporcionou ao roteirista uma grande liberadade de criar. Também ouvi relatos de pessoas que saíram do cinema completamente emocionadas. Eu acho que quem fez foi quem teve coragem e trabalhou muito para que o filme acontecesse".
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