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Foto do escritorGuilherme Moro

Entrevista: Etílicos e Sedentos priorizam conceitos artísticos em novo álbum

Álbuns conceituais são uma excessão à regra nos dias de hoje. Indo a favor da arte e contra a maré, os catarinenses da banda Etílicos e Sedentos estão lançando o álbum "Cronofobia".



O disco conceitual narra em dez faixas, a história de Francisco Xuaner, o Chicão, suas vivências, encantos e neuroses, inspirada na vida de alguns dos integrantes da banda e de seus amigos, criados no interior de Santa Catarina.


"Quando decidimos produzir um álbum conceitual, tivemos a ideia de construir um personagem fictício chamado Chicão. A história dele foi baseada em fatos reais da minha vida, da vida dos meus amigos de banda e de outras pessoas que convivem no nosso meio. Chicão é brusquense, adulto, estudado, na teoria, e desestruturado na prática. Teve Mãe superprotetora e pai ausente. Cronofobia é o medo, na maioria das vezes irracional, da passagem do tempo. O tempo está presente em todas as dez letras do álbum. 'Cronofobia', fala sobre as lembranças, vivências, encantos e neuroses de um cara criado no interior de Santa Catarina. Entramos de cabeça neste álbum e o processo de compor, ensaiar e produzir, durou quase seis meses, que foram mais desafiadores da carreira da Etílicos e Sedentos. No entanto, foi um dos períodos mais gratificantes, pois através de letras e melodias, conseguimos criar uma história bem amarrada e rica em detalhes", diz Juninho Tavares, baterista da banda.



Além de Tavares, a Etílicos e Sedentos, formada em 2006, é composta por Cleber de Limas (voz), Lucas Fischer (guitarra) e André Gomes (baixo). “Cronofobia” é o quinto álbum do grupo influenciado pelo rock nacional de Ira!, Cazuza, Nação Zumbi, Arnaldo Antunes, Vivendo do Ócio, Legião Urbana e Raul Seixas.


O álbum vai ganhar uma edição em CD e, quem sabe no futuro, uma edição em vinil.



"O Vinil é um dos maiores sonhos que temos como banda. Infelizmente ,devido a custos e prazo de entrega (em torno de u ano após o pedido), não vamos conseguir prensar o 'Cronofobia' em vinil, mas vamos fazerr CD's. A partir do dia 27 de maio, vamos distribuir 500 CD's gratuitamente ao nosso público nos shows e alguns locais específicos da nossa região. Esse CD foi pensado em ser mais do que uma mídia física e sim ser uma peça de arte, pois ele virá com uma chupeta verdadeira no próprio CD e alguns outros detalhes que vão enriquecer o material, tais como adesivos da banda e encartes com todas a letras e ficha técnica do 'Cronofobia', comemora Juninho.


Em tempos de músicas curtas e de trabalhos com pouca profundidade, lançar um álbum com um conceito definido não é tarefa fácil. Juninho comentou sobre como fazer para que as pessoas apreciem a banda e o trabalho desenvolvido deste novo álbum.


"Estávamos sem lançar um álbum completo desde 2015, pois a tendência do mercado nos dias de hoje é lançar singles e assim fizemos até o ano passado. A tendência de mercado nunca foi o principal foco na nossa carreira. Sempre colocamos a arte em primeiro plano. Somos uma banda que gosta de lançar álbuns, então decidimos abraçar este projeto e ir contra a maré e acho que foi uma decisão acertada, pois nosso público está curtindo muito este álbum e, por incrível que pareça, está acontecendo uma renovação bem legal na nossa base de fãs, devido ao 'Cronofobia'. Por outro lado sabemos e reconhecemos que uma parcela significativa das pessoas tem aversão a álbuns inteiros e trabalhos mais complexos, então esté é um dos maiores desafios do 'Cronofobia': fazer com que as pessoas deem uma chance ao nosso álbum e escute ele por inteiro. Acreditamos que se isso acontecer a possibilidade desta pessoa gostar será muito grande".



Roqueiros por natureza, os integrantes da banda Etílicos e Sedentos vivem diariamente todo o ambiente que envolve o rock and roll e a cena que tanto é aclamada e respeitada por todos. Hoje, o rock é um gênero que voltou para o underground, mas segue com muita relevância e uma enorme base de fãs.


"Acredito que o rock, na sua essência, é underground e que de vez em quando consegue um lugar no mainstream, algo que acredito ser cada vez mais raro daqui pra frente. A Etílicos e Sedentos infelizmente não consegue sobreviver exclusivamente da música e acho que essa é uma realidade das maiorias das bandas autorais do Brasil. O rock para nós é muito mais do que uma fonte de renda, rock é o nosso vício, o rock é a nossa cachaça. Gostaria muito que o rock voltasse ao topo do mercado, mas isso não pode ser algo traçado como objetivo principal de uma banda. Antes de mais nada temos que pensar em fazer um som autêntico, criativo e verdadeiro", enfatiza o baterista.







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