Pilar é sul-mato-grossense e uma cantora que rema contra a maré. Com influências de diversos ritmos musicais, ela consegue transitar por diversas vertentes e as transformando em uma sonoridade própria e única. Com um álbum lançado, parcerias, shows importantes e com um remix recém-lançado a artista busca expandir sua música para o universo.
"Feminility" faz parte do EP "Confluir
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Pilar, uma das grandes características de suas composições é a mistura de diversos elementos vindos de diferentes gêneros musicais. Ao que se deve essa pluralidade de suas canções? Quais são suas grandes influências?
Pilar
Sempre tivemos um gosto musical bem eclético em casa e isso me marcou muito. Amo a diversidade musical, acho que cada sonoridade evoca sentimentos e reações diferentes, então quando comecei a compor minhas músicas, sempre foi um objetivo meu trazer ao máximo essa diversidade e, nossa, tem tantas coisas que quero explorar ainda (risos). É só o começo.
Mas falando das minhas influências, na minha infância, Buena Vista Social Club, Tribalistas e Fantasma da Ópera foram os mais marcantes. Hoje em dia tem tantas que seria uma lista bem grande.
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Você iniciou a sua musicalização aos cinco anos de idade, por iniciativa de seus pais. Acha que esse contato tão jovem com a música ajudou a lhe transformar na grande artista que é hoje?
Pilar
Gratidão pelo grande artista. Sim, comecei bem novinha e a música sempre fez parte integral da minha vida, como escape, como terapia.
Acho que o contato desde pequena faz diferença sim, mas acho que não existe regra porque conheço grandes musicistas que começaram mais tarde na música. Acho que vem muito da nossa dedicação e estudo.
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Além de cantora, você é artista visual. Quais as semelhanças artísticas entre as duas profissões? Qual das duas mais te satisfaz?
Pilar
Acho que o fluxo criativo é semelhante. Quando começo a fazer uma obra, ou uma música tenho em mente pra onde quero ir, mas vejo que elas tem vida própria e acabam seguindo o próprio caminho.
Sinceramente, atualmente a música. Houve épocas que era mais a arte visual. Acho que depende muito do meu estado de espírito também, mas estou vendo que na música consigo juntar e explorar os dois lados.
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Mesmo sendo muito jovem, as suas composições já são muito maduras, tanto nos arranjos quanto nas letras. Ao que se deve esse amadurecimento musical com tão pouco tempo de carreira?
Pilar
Obrigada! Os arranjos tive muita sorte de ter um produtor muito incrível ao meu lado, o Magoo. Ele trouxe a experiência dele, pois ele tem muitos anos aí de trilha. Já nas composições foi uma surpresa para mim também, porque comecei a compor recentemente e era algo que eu não tinha tentado antes por achar que não teria a capacidade. Fiquei muito feliz em descobrir esse lado meu e acho que ainda tem muito amadurecimento a ser lapidado!
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O “EP “Confluir” foi seu primeiro trabalho gravado em estúdio, até então. Como foi a experiência? Como você avalia o resultado?
Pilar
Nossa, foi uma loucura (risos)! Foi segunda vez que pisei num estúdio (gravei uma música aos 8 anos para um trabalho de escola), então foi tudo muito novidade para mim. Senti a sensação de estar realizando um sonho de anos, de estar num estúdio grande e cercada de músicos incríveis. Senti bastante nervosismo também (risos), mas acabou fluindo muito bem!
O resultado do EP, nossa, superou muito minhas expectativas. Isso se deve a todos os envolvidos no processo. Se não fosse por eles, o disco seria outro.
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Outra peculiaridade muito utilizada por você, é a mistura de diferentes idiomas cantados em uma só canção. Como surgiu essa ideia e como você a idealizou dentro de seu processo criativo?
Pilar
Isso acabou vindo naturalmente, gosto muito de línguas. Minha mãe era professora de inglês e fiz aulas desde novinha. Além disso minha descendência é espanhola, então tinha muita vontade de juntar isso nas composições, porque assim como os ritmos diferentes, acho que cada língua tem sua peculiaridade sonora, então queria trazer essa junção.
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Na faixa “Favela City”, há visivelmente uma crítica. Ela conta com a participação, mais que especial, do cantor e compositor Zeca Baleiro. Como surgiu a letra dessa música e a ideia de instaurar uma crítica em seus versos? De que maneira você convidou o Zeca para a gravação?
Pilar
Sim, ela é uma crítica social no ponto de vista de um observador. Ela veio da minha experiência morando em São Paulo, onde é bem gritante a disparidade social e econômica. É algo que me incomoda bastante e sentia que eu precisava falar algo a respeito. Já a respeito da parceria com o Zeca, o Magoo acabou sendo a ponte. Coincidiu de o Zeca estar no estúdio quando o Magoo estava escutando a primeira mix da faixa, ele gostou da música e o convite surgiu a partir daí. Foi uma honra fazer essa parceria, até eu fiquei meio desacreditada no início.
"Favela City" é uma crítica social e tem participação de Zeca Baleiro
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Voltando a falar do EP, ele teve a mixagem do consagrado engenheiro de som, Luís Paulo Serafim. Ele, inclusive, já ganhou Grammy Latino. Como é trabalhar com esses gigantes da música? Passa uma maior segurança durante as gravações?
Pilar
Outra honra imensa! O LP é um amor de pessoa e foi muito gratificante conhecê-lo melhor. E sim, com certeza passa mais segurança. São anos de experiência, e isso conta muito no aperfeiçoamento da arte.
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Você já participou de importantes festivais como o “Brazilian Day”, em Estocolmo e “Festival Mundo Psicodélico” na cidade de São Paulo. Qual a importância desses shows em sua carreira?
Pilar
Ah, além de terem sido marcos para mim, a experiência também foi um grande aprendizado. Outra coisa legal foi ter a oportunidade de conhecer os artistas que participaram dos eventos e ter essa troca.
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Quais são suas principais características em cima do palco? O que não pode faltar em um show da Pilar?
Pilar
Não sei se chega bem a ser uma característica, mas quase sempre estou descalça. O contato direto com o chão me dá uma sensação de segurança.
O que não pode faltar, acho que espaço para improvisar. Gosto muito de mudar um pouco as músicas quando estou no palco, até para cada experiência ser única, tanto pra mim, quanto pra quem está assistindo.
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Outra coisa a se destacar é sua forte relação com a espiritualidade. Acredita que a música pode transportar as pessoas para outro lugar ou momento de suas vidas?
Pilar
Sim, com toda certeza. Para mim a música tem esse poder de ir fundo e conectar com as nossas emoções. Claro que como tudo na vida, existem as duas polaridades: uma música pode trazer sensações boas e ruins, mas enfim, nós também temos né? Acho importante aprendermos a equilibrar e aceitar esses dois lados. Isso que acho mágico da música, poder ser essa porta a nosso âmago.
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Recentemente você lançou um remix da faixa “Junto e Misturado”, pelo DJ Adriano Zago. Como está sendo a repercussão do single? Futuramente, outras músicas do EP ganharão suas versões remixadas?
Pilar
Ah está indo bem, mas acho que ainda dá para melhorar (risos). Olha, a princípio do “Confluir” essa é a única que tem remix, mas quem sabe? Eu adoraria que sim!
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O EP vai ganhar uma segunda parte? Quando poderemos ouvir suas novas canções?
Pilar
Sim! Já tem cinco músicas prontas que seriam o lado B do EP, mas resolvemos ir soltando-as como singles! Tem um lançamento de uma versão que fizemos de “Trem Azul” e está programado para outubro.
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Fotos: Duda Portella
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