Na última semana, a cantora Clarissa lançou seu segundo álbum da carreira. "Agridoce" tem título sugestivo e mergulha na complexidade dos amores contemporâneos, capturando os momentos de doçura e amargura que permeiam essas experiências. É uma jornada emocional e introspectiva baseada em seus relacionamentos modernos.
“É um trabalho difícil e muito gostoso ao mesmo tempo. Não era algo que eu estava vivendo no momento, não estava ali recém apaixonada nem nada, mas eu tentei acessar esse lugar meu de quando estava”, afirmou a artista em entrevista ao Música Boa.
O álbum traz inspirações no trabalho de outros artistas e no próprio trabalho da cantora. Clarissa traz elementos já usados em outras músicas com uma versão mais madura e diferente, refletindo em sua nova fase experimental.
“Eu sou uma pessoa hoje, amanhã sou outra, e eu vou lançar uma música que pode refletir em uma pessoa que eu nem conhecia. Eu não consigo me imaginar fazendo algo que não seja pessoal, eu gosto que tenha isso nas músicas para as pessoas se identificarem”
‘Agridoce’ surge após um período de intensa reflexão por parte da artista, que explorou seus próprios questionamentos e ideias para criar um trabalho autêntico e significativo. O processo de composição foi como montar um quebra-cabeça, onde cada música completada contribuía para a construção do todo.
“Foi bem quebra-cabeça mesmo, a primeira música ficar pronta é a música 4 da manhã. Ela ditou bastante, em termos de produção musical, texturas, referências, o que que o álbum seria musicalmente e conforme as músicas ficaram prontas. É quase como esculpir uma coisa numa mármore, você vai entender que ali dentro existe uma escultura uma arte.”
Desde o início até o desfecho, o álbum acompanha as fases de um amor de maneira genuína e sem pretensões. A cantora, com sua sensibilidade e inteligência características, oferece uma perspectiva única sobre os altos e baixos dessas relações, utilizando-se de uma linguagem poética e envolvente.
“Não é só sobre o início de relacionamento, é sobre inícios de um modo geral. Ele me remete muito a minha adolescência, um frio na barriga, as primeiras experiências, primeiros olhares, primeiras coisas. Como eu escrevi na música ‘agridoce’, eu queria muito pintar um quadro com o céu laranja, as pessoas conversando, se conhecendo, abraçando a coisa que conecta as pessoas.”
A estética do álbum é feita de maneira autoral por uma câmera VHS 2005 que a cantora comprou pela internet. Inicialmente usada por sua irmã na criação de vlogs e projetos criativos, Clarissa decidiu embarcar na estética para expressar suas ideias de uma maneira nova e autêntica.
“Essa música (Botas de Cowboy) é sobre essa juventude em crise. Eu fiz um vídeo em uma festa e ficou super maneiro, foi o primeiro vídeo visualizer a ficar pronto e os outros foram seguindo. A ideia do parque de diversão foi um amigo meu que escutou a música música e relacionou ela com os parques de diversão, a sensação de frio na barriga quando estamos andando de montanha russa.”
Mantendo-se fiel à sua essência artística, que mescla elementos do pop e da música alternativa, Clarissa promete surpreender seus fãs com uma abordagem mais madura e inovadora em suas composições. A sonoridade do álbum reflete não apenas uma evolução musical, mas também um amadurecimento pessoal e artístico da cantora.
“Eu quero muito muito olhar para trás e ver que existe uma linha de amadurecimento dentro do meu trabalho, e eu acho que eu já estou fazendo isso. Acho que meu futuro me reserva tudo isso, letras mais complexas, novos ritmos para experimentar. Nesse lugar de você ver que existe uma pessoa ali que tá existindo, vivendo e crescendo.
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