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Em ano atípico, Velhas Virgens lançam "Marcha da Vacina" em comemoração ao carnaval

Foto do escritor: Guilherme MoroGuilherme Moro

O Carnaval de 2021, sem sobra de dúvidas, foi o mais estranho do século XXI. Em meio à pandemia, as aglomerações, desfiles e festas deram lugar ao isolamento social. Velhas Virgens, uma das maiores bandas independentes do Brasil, realiza o tradicional "Carnavelhas" desde 2005. O bloquinho de carnaval, por motivos óbvios, não pode ser realizado nesse ano, mas não pense que isso fez com que o Velhas não comemorasse o carnaval.


(Foto: Rafa Rezende)


“Marcha da Vacina” é o nome do novo trabalho carnavalesco da banda. Como toda boa marchinha, ela trata de temas atuais e críticos da sociedade que, desde o ano passado, gira em torno da pandemia e da vacina. “A ideia inicial veio da minha mulher, que me disse a frase ‘depois que eu me vacinar vai ser carnaval o ano inteiro’. Roubei essa ideia dela e comecei a compor (risos).


“AÍ VAI SER CARNAVAL O ANO INTEIRO. FEVEREIRO A FEVEREIRO. NADA PODE ME PARAR NEM A FALTA DE DINHEIRO”.

Eu queria falar sobre a falta de grana, que é algo que vai rolar até o fim da pandemia. Tem também aquele lance da polarização, né? A gente vê o país polarizado e vamos ter que conviver muito tempo com isso. É insolúvel no momento”, conta Alê Cavalo, guitarrista e fundador da banda.


“QUERO RECUPERAR O TEMPO PERDIDO. VOU BEIJAR TODO MUNDO NÃO IMPORTA O PARTIDO”.

Há dois anos o bloco Carnavelhas foi oficializado pela Secretaria da Cultura de São Paulo. Alê nos conta a história do evento carnavalesco: “Em 1997 nós gravamos nossa primeira marchinha de carnaval. Ficou muito na nossa cabeça esse negócio de montar o bloquinho. Como banda de rock não trabalha em janeiro e fevereiro, tivemos essa ideia de resgatar e montar aqueles bailes com marchinha de carnaval que a gente frequentava. Fizemos três discos e esse foi o primeiro ano que não fizemos turnê.


Paulão de Carvalho, vocalista e também fundador do grupo, falou sobre como foi fazer o Carnavelhas, pela primeira vez sem um carnaval de fato. ”Eu diria que é muito triste, se não tivessem outras coisas piores acontecendo. O carnaval acaba ficando em segundo plano. Levando em conta a nossa alegria e curtição em fazer o Carnavelhas, é uma decepção poderosa. A gente curte ir pra rua, fazer música e está todo mundo preso em casa. A única coisa que me alegra, é que mesmo devagar, a vacina está chegando”.


(Foto: Rafa Rezende)


Ainda falando sobre carnaval e pandemia, Paulão conta um fato histórico que se assemelha com os dias atuais. “No século XX, quando a gripe espanhola acabou, foram três meses de carnaval no Brasil. Uma das possíveis origens da caipirinha como conhecemos, veio da gripe espanhola. As pessoas estavam aconselhando a misturar mel, limão e cachaça para usar como remédio contra a gripe. Quem sabe um pouco de caipirinha não ajuda a gente a se curar desse vírus, né?”


No final do ano passado, a trupe lançou o novo álbum de estúdio “O Bar Me Chama”. Com apenas 10 músicas, o disco nasceu para ser um EP e foi sendo aumentado e construído durante a pré-produção, antes mesmo dos ensaios com a banda. A ideia era fazer uma homenagem ao rock’n’roll dos anos 70, sem sair do estilo simples que cultivam. Cavalo relata alguns bastidores do disco e algumas outras peculiaridades: “O álbum era pra se chamar ‘Brechó Cintilante’, que é uma música sensacional, mas ‘O Bar Me Chama’ é a cara da banda, a gente nem precisaria explicar nada. A primeira capa a gente desenhou em um guardanapo, com toda aquela ideia do copo americano. É um disco alto astral pra caramba. Os fãs abraçaram muito a ideia”.



 
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