Elas na porta! Ladies Of Rock quebra preconceitos e reafirma a presença feminina no rock
- Guilherme Moro
- 23 de abr.
- 2 min de leitura
O que era para ser apenas um show comemorativo pelo Mês da Mulher virou projeto de vida. A banda Ladies Of Rock, criada inicialmente para uma apresentação temática, se transformou em um grito de resistência e presença feminina no rock. Com repertório afiado, composições autorais e uma postura de gente grande, o grupo tem conquistado espaço em meio a uma cena ainda marcada por preconceitos de gênero.
Formada por Quésia Nunes (vocal e violão), Gabi Anias (guitarra),
Zaia (baixo) e Fabiana Souza (bateria), a banda mantém sua
essência enquanto experimenta novas sonoridades e reforça seu
compromisso com o rock de qualidade.

“O nome Ladies of Rock era por causa de um especial do Mês da Mulher, que praticamente originou a banda. Isso ficou na cabeça do pessoal porque é uma coisa bem autoexplicativa e a gente resolveu manter. Fizemos um show com a banda e foi sucesso total. A gente esgotou os ingressos do dia. A galera começou a pedir cada vez mais shows”, afirma Quesia.
As músicas lançadas — como História de Amor e Garota Inocente — trazem composições sinceras, que nascem de momentos cotidianos e pessoais. Muitas vezes, literalmente no meio da faxina.
“Eu fiz a letra inteira com melodia, com tudo. Gravei um rascunho no celular. Num dia que eu tava meio pra baixo, eu fui fazer uma faxina em casa. Eu sempre componho fazendo faxina, porque a História de Amor eu tava lavando louça. Eu componho desde os 13 anos, já tenho umas 400 composições. Temos material para um álbum.”
Apesar do crescimento, o caminho não foi (nem é) livre de obstáculos. As integrantes ainda enfrentam resistência nos bastidores do mercado musical com comentários e atitudes que expõem um machismo ainda latente.
“Eu ligava muito nas casas noturnas oferecendo nosso material e já ouvi alguns comentários. ‘Ah, você tem que ver que banda de mulher é mais popinha, né?’ Não, tem muita banda de mulher com rock pesado. Por que tem que generalizar? Por que tem que falar desse jeito pejorativo?”
No palco, porém, a resposta é outra. Mesmo quando o público começa cético, os shows acabam conquistando até os olhares mais duvidosos.
“Às vezes a gente vê algumas reações... a gente sobe no palco e já vê uma meia dúzia de braços cruzados no julgamento do The Voice. Quando a gente toca, vai desmoronando essa pessoa assim, que daí já vai percebendo outros olhares.”
O plano agora é seguir investindo no autoral, com lançamentos pontuais e bem trabalhados — música por música, com direito a videoclipe e espaço nas playlists.
“A ideia é lançar mais single mesmo. A gente vai lançar uma por vez, até que a gente possa trabalhar bem. Essa coisa do lançamento, que é uma loucura. O álbum completo tem que vir todo de uma vez. Quem sabe a próxima ideia, depois dessas duas, seja pensar num EP.”