A obra de Almir Sater é uma das mais belas da música brasileira. Entre álbuns instrumentais e outros com faixas que marcaram o cancioneiro popular, o músico inventou o seu próprio jeito de tocar viola e, principalmente, de se expressar através dela.

Durante uma prosa com Charles Gavin (ex-Titãs), apresentador do programa O Som do Vinil, exibido há mais de uma década pelo canal Brasil, Almir deu declarações que ajudam a entender sua relevância para o país. Abaixo, o Música Boa cita duas das principais.
"Viola você não afina, você tempera"
Perguntado por Gavin sobre a característica sonora da viola, que tem a peculiaridade de ter as cordas unidas por pares, o músico respondeu com uma aula de bom gosto e ouvido musical.
"Quando você afina a viola perfeitamente, fica feio. Você tem que dar uma leve diferença para ela poder vibrar. Viola você não afina, você tempera. Lógico, não pode ficar feito, mas é uma vibração intencional e aceitável. O pessoal costuma a falar que um violeiro passa metade da vida afinando e o resto tocando desafinado.
"Eu sou roqueiro"
Logo no início da conversa, o ex-baterista do Titãs pergunta a Almir sobre suas influências musicais para tocar viola. Surpreendentemente, ele responde com nomes ligados ao mundo do rock e da música folk.
"Eu sou roqueiro. Muito Pink Floyd, Dylan, James Taylor, Paul Simon, meio folk rock. Gostava do folk latino dos andes, da música chilena, música peruana. Essas são minhas influências".