A música urbana brasileira acaba de ganhar um novo e vibrante capítulo com a chegada de “Elas”, projeto do selo paulistano 2050 Records, no qual estão reunidas algumas de nossas mais belas vozes, tais como as de Azzy, Budah, Bivolt e Cynthia Luz, dentre outras mulheres que vêm fazendo história em um cenário muitas vezes desafiador e hostil.
A música urbana brasileira acaba de ganhar um novo e vibrante capítulo com a chegada de “Elas”, projeto do selo paulistano 2050 Records, no qual estão reunidas algumas de nossas mais belas vozes, tais como as de Azzy, Budah, Bivolt e Cynthia Luz, dentre outras mulheres que vêm fazendo história em um cenário muitas vezes desafiador e hostil.
Com produção musical orquestrada pelo DJ Gustah - que já trabalhou com nomes que vão de Xamã e Luísa Sonza a Cypress Hill e Alborosie -, o álbum, com lançamento previsto para o dia oito de outubro, conta com 12 faixas, sendo 10 delas inéditas, nas quais o trap, o rap, o R&B e a MPB contemporânea dialogam em extrema harmonia.
Sua faixa de abertura, “Lago Transparente”, é, diferentemente das demais, um feat. Nela, as incríveis Cynthia Luz e Elana Dara dividem os microfones e celebram, juntas, a liberdade de amar. “Deita no meu lago transparente, sem roupa e sem nada na mente. Molhada de lua, toda lua cheia é diferente”, dizem.
Composta e interpretada pela rapper Budah, a delicada “Abismo no Peito” traz, em sua letra, os toques mais que pessoais da artista capixaba, considerada expert em retratar as dores e delicias do universo feminino, traços muito bem expostos na canção em frases como “eu tenho um abismo no peito que nunca foi curado. Sofreu por que te dei espaço”.
Egressa das tradicionais batalhas de rap que ocorrem nas ruas e praças de todo o país, a paulistana Bivolt é quem dá voz à “Faço Valer”, um boombap clássico e super elegante, cantado a sussurros de raro “veludo”. Na música, ela combina a sofisticação de frases melódicas com a crueza das rimas faladas, uma de suas grandes virtudes. Grande momento!
Seguindo a linha de Bivolt, Carla Sol surge em grande estilo e faz de “Hora Exata” uma das mais gostosas de todo o álbum. E mesmo sendo uma cantora “novata”, ela mostra personalidade tanto na interpretação quanto na composição da faixa, que, nitidamente, resume o conceito artístico do projeto.
De novatas para “veteranas”, é a vez de Azzy transbordar-se em romantismo e sensualidade. Na introspectiva “Mesmo Lugar” - canção que carrega seu DNA, tem cara de single pelo altíssimo nível de sua produção e deve, mais uma vez, projetá-la a merecidos postos -, a cria de São Gonçalo assegura o status de ser uma grande, senão a maior referência do rap nacional feminino.
Sexta faixa de “Elas”, “Intenção” mantém a bola lá em cima. Interpretada por Clara Lima, parceira de composição dos rappers mineiros Djonga e FBC, a música soa como um mantra graças a divisão dos versos de seu refrão, que diz “já que eu tô aqui de passagem, vou deixar minha mensagem, vou deixar minha visão. Não deixa se levar pela mente, mano! Calma! Apenas ouça seu coração”. Golaço!
Linda lovesong, “Mar de Luz” promove a volta de Cynthia, a Luz, ao projeto. Depois do feat de abertura com Elana, a parceira de Ice Blue, Froyd, Marcelo Falcão, Tássia Reis e Projota canta sozinha uma verdadeira ode aos desejos mais profundos de mulheres como ela. “Eu adoro quando você vem e fala essa besteira de me ter pra sempre”, diz a poetisa.
Embora lançada recentemente, “Poucas Conversas” pode ser tida como uma grata surpresa, pelo simples fato de revelar o lado delicado e quase desconhecido de Andressinha, ex-integrante do Hyperanhas, duo com o qual despontou e pelo qual se expressava, digamos, de forma mais explicita sobre suas questões. Dá pra dizer que sai a “malvadona” e surge a “menininha”? Dá!
E na faixa seguinte, “Ondas Sonoras”, King Saint faz o seu melhor: escreve sobre a idealização do afeto pela perspectiva de uma mulher periférica. Compositora de mão cheia, a cantora e atriz carioca, parceira de ninguém menos que Elza Soares, Negra Li e Iza, dispara versos imagéticos como “as crianças brincando e correndo na grama. Ouvindo Zeca Pagodinho e tu dizendo que me ama”.
Na reta final do álbum, outras três grandes canções se enfileiram para o deleite dos ouvintes. “Decisões”, interpretada por Annick, é a primeira. Na faixa, a cantora e compositora deixa, mais uma vez, sua potente assinatura, por meio da qual, recentemente, viralizou no TikTok e chegou ao Top 1 dos charts de Portugal. “Ah, eu tenho medo de te olhar nos olhos, de congelar na tua frente, perder minhas palavras”, entrega.
A segunda é “Destilado em Poesia”, de QUIST. Cria da Baixada Santista que iniciou sua carreira aos 14 anos e, hoje, aos 20, é formada em produção musical, ela justifica o porquê de ser tida como a nova promessa do trap brasileiro. E a terceira e última, “Lunaatica”, de Killua, fecha a tampa com uma letra resiliente e madura. “Acho que é preciso de uma reforma. Desfazendo as crenças que limitam minha rota”, canta.
Multifacetado, “Elas” nos convida a uma espécie de celebração da arte e de tal força constantemente revisitada neste texto. Sem exageros, o álbum soa como uma jornada musical que não apenas entretém, mas também empodera e inspira, reafirmando a importância dessas vozes no universo da música contemporânea, diversa, como deve ser, e muito, mas muito feminina.
Com produção musical orquestrada pelo DJ Gustah - que já trabalhou com nomes que vão de Xamã e Luísa Sonza a Cypress Hill e Alborosie -, o álbum, com lançamento previsto para o dia oito de outubro, conta com 12 faixas, sendo 10 delas inéditas, nas quais o trap, o rap, o R&B e a MPB contemporânea dialogam em extrema harmonia.
Sua faixa de abertura, “Lago Transparente”, é, diferentemente das demais, um feat. Nela, as incríveis Cynthia Luz e Elana Dara dividem os microfones e celebram, juntas, a liberdade de amar. “Deita no meu lago transparente, sem roupa e sem nada na mente. Molhada de lua, toda lua cheia é diferente”, dizem.
Composta e interpretada pela rapper Budah, a delicada “Abismo no Peito” traz, em sua letra, os toques mais que pessoais da artista capixaba, considerada expert em retratar as dores e delicias do universo feminino, traços muito bem expostos na canção em frases como “eu tenho um abismo no peito que nunca foi curado. Sofreu por que te dei espaço”.
Egressa das tradicionais batalhas de rap que ocorrem nas ruas e praças de todo o país, a paulistana Bivolt é quem dá voz à “Faço Valer”, um boombap clássico e super elegante, cantado a sussurros de raro “veludo”. Na música, ela combina a sofisticação de frases melódicas com a crueza das rimas faladas, uma de suas grandes virtudes. Grande momento!
Seguindo a linha de Bivolt, Carla Sol surge em grande estilo e faz de “Hora Exata” uma das mais gostosas de todo o álbum. E mesmo sendo uma cantora “novata”, ela mostra personalidade tanto na interpretação quanto na composição da faixa, que, nitidamente, resume o conceito artístico do projeto.
De novatas para “veteranas”, é a vez de Azzy transbordar-se em romantismo e sensualidade. Na introspectiva “Mesmo Lugar” - canção que carrega seu DNA, tem cara de single pelo altíssimo nível de sua produção e deve, mais uma vez, projetá-la a merecidos postos -, a cria de São Gonçalo assegura o status de ser uma grande, senão a maior referência do rap nacional feminino.
Sexta faixa de “Elas”, “Intenção” mantém a bola lá em cima. Interpretada por Clara Lima, parceira de composição dos rappers mineiros Djonga e FBC, a música soa como um mantra graças a divisão dos versos de seu refrão, que diz “já que eu tô aqui de passagem, vou deixar minha mensagem, vou deixar minha visão. Não deixa se levar pela mente, mano! Calma! Apenas ouça seu coração”. Golaço!
Linda lovesong, “Mar de Luz” promove a volta de Cynthia, a Luz, ao projeto. Depois do feat de abertura com Elana, a parceira de Ice Blue, Froyd, Marcelo Falcão, Tássia Reis e Projota canta sozinha uma verdadeira ode aos desejos mais profundos de mulheres como ela. “Eu adoro quando você vem e fala essa besteira de me ter pra sempre”, diz a poetisa.
Embora lançada recentemente, “Poucas Conversas” pode ser tida como uma grata surpresa, pelo simples fato de revelar o lado delicado e quase desconhecido de Andressinha, ex-integrante do Hyperanhas, duo com o qual despontou e pelo qual se expressava, digamos, de forma mais explicita sobre suas questões. Dá pra dizer que sai a “malvadona” e surge a “menininha”? Dá!
E na faixa seguinte, “Ondas Sonoras”, King Saint faz o seu melhor: escreve sobre a idealização do afeto pela perspectiva de uma mulher periférica. Compositora de mão cheia, a cantora e atriz carioca, parceira de ninguém menos que Elza Soares, Negra Li e Iza, dispara versos imagéticos como “as crianças brincando e correndo na grama. Ouvindo Zeca Pagodinho e tu dizendo que me ama”.
Na reta final do álbum, outras três grandes canções se enfileiram para o deleite dos ouvintes. “Decisões”, interpretada por Annick, é a primeira. Na faixa, a cantora e compositora deixa, mais uma vez, sua potente assinatura, por meio da qual, recentemente, viralizou no TikTok e chegou ao Top 1 dos charts de Portugal. “Ah, eu tenho medo de te olhar nos olhos, de congelar na tua frente, perder minhas palavras”, entrega.
A segunda é “Destilado em Poesia”, de QUIST. Cria da Baixada Santista que iniciou sua carreira aos 14 anos e, hoje, aos 20, é formada em produção musical, ela justifica o porquê de ser tida como a nova promessa do trap brasileiro. E a terceira e última, “Lunaatica”, de Killua, fecha a tampa com uma letra resiliente e madura. “Acho que é preciso de uma reforma. Desfazendo as crenças que limitam minha rota”, canta.
Multifacetado, “Elas” nos convida a uma espécie de celebração da arte e de tal força constantemente revisitada neste texto. Sem exageros, o álbum soa como uma jornada musical que não apenas entretém, mas também empodera e inspira, reafirmando a importância dessas vozes no universo da música contemporânea, diversa, como deve ser, e muito, mas muito feminina.