Disputa entre Emicida e Fióti: advogado explica impactos da gestão de negócios em família
- Redação do Música Boa
- 2 de abr.
- 2 min de leitura
A recente disputa judicial entre os irmãos Emicida e Evandro Fióti sobre a gestão da empresa Laboratório Fantasma traz apontamentos no setor sucessório em negócios familiares. O rapper acusa Fióti de desviar R$ 6 milhões da conta da empresa sem autorização, enquanto o irmão mais novo alega que os valores retirados eram referentes a sua participação nos lucros.
De acordo com Kevin de Sousa, sócio do Sousa & Rosa Advogados e especialista em Direito de Família e Sucessões, casos como o de Emicida e Fióti não são raros quando não há regras bem definidas na gestão da empresa.
“A ausência de planejamento sucessório e de um acordo formal entre sócios familiares costuma ser o início de rupturas difíceis de recompor. Quando não existem regras claras sobre quem pode decidir, como se distribuem os lucros ou quais limites cada um deve respeitar, a empresa se torna refém das emoções e das interpretações subjetivas. Em vez de previsibilidade, temos insegurança. E o resultado? Conflitos que transbordam do campo jurídico para o afetivo. A falta de estrutura transforma o que era um projeto comum em um campo de disputa, muitas vezes irreversível”, explica o advogado.

No processo, Emicida sustenta que Fióti realizou transferências bancárias sem autorização entre junho de 2024 e fevereiro de 2025. Já a defesa de Fióti argumenta que ele sempre teve papel ativo na empresa e que os saques seriam legítimos.
“Sócios familiares podem - e devem - estabelecer regras que evitem ambiguidades. Isso inclui definir com exatidão os papéis de cada um na empresa, estabelecer como será feita a retirada de lucros, quais os critérios para entrada e saída de membros da família na sociedade e quais serão os mecanismos para resolver conflitos. É possível criar protocolos familiares, acordos de sócios e até cláusulas específicas em contratos sociais. Em um negócio familiar, regras claras não engessam a relação — elas protegem os vínculos e permitem que a empresa funcione com profissionalismo, mesmo entre parentes”, orienta Sousa.
Em nota publicada em suas redes sociais, Fióti desmentiu as acusações: