Poucas bandas despertam tanto a memória afetiva deste projeto de jornalista que vos escreve quanto o Dire Straits. O grupo inglês se desfez já há algum tempo, mas desde 2012, alguns ex-integrantes se uniram para criar o tributo Dire Straits Legacy, que já fez muitas apresentações no Brasil.
No último sábado (4), tive a oportunidade de presenciar o show que fizeram em Ribeirão Preto. Como já disse algumas linhas atrás, as canções da banda têm um valor afetivo que poderiam influenciar de alguma forma nesta resenha. No entanto, fui de cabeça limpa e pronto para encarar o show da forma mais profissional possível.
Com um pequeno atraso, o DLS subiu ao palco com "Private Investigations" e dali em diante, uma hipnose coletiva em meio às versões incrivelmente longas das faixas executadas ao vivo, assim como o grupo original fazia, me transportaram para outra dimensão.
O grupo, liderado por Marco Cavigilia, que tem a difícil missão de tocar as linhas de guitarra do genial Mark Knopler, consegue ser muito fiel ao que era a banda, aliás, o italiano manda muito bem e cumpre o papel que se espera dele.
O grande destaque é Alan Clark, mestre dos teclados e um dos responsáveis pela maior mudança de direcionamento da sonoridade da banda a partir de "Brothers In Arms" (1986). É um prazer ouvir ao vivo o criador do riff de "Walk Of Life". Definitivamente é um dos membros mais importantes da história da banda.
A apresentação teve vários momentos emocionantes, entre eles, os longos solos de saxofone de Mel Collins e, para mim, "Tunnel Of Love", música que ganhou uma versão de mais de dez minutos, e foi arrebatadora do início ao fim.
Só não foi mais arrebatadora que a sequência de "Sultans Of Swing" e "Money For Nothing". A partir daí, a Arena Nicnet (local do show) virou uma festa. O baile ainda ganharia bis com o hit "So Far Way".
Para aqueles que torcem o nariz para o tributo DLS, resta-me dizer que é uma birra totalmente desnecessária, até porque, todos deixam muito claro que trata-se de uma homenagem à banda, que não existe desde 1995. O grupo é sim uma bela representação do que um dia foi o Dire Straits e mantém vivo o legado de um dos maiores guitarristas da história deste planeta.
Aquele projeto de jornalista que entrou no recinto do evento decidido a fazer uma crítica sobre o show, seja boa ou ruim, saiu aliviado por ver uma apresentação à altura da história do Dire Straits, mas principalmente, por não ter uma noite de sábado decepcionante.