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  • Foto do escritorGuilherme Moro

DIMAS transforma traumas em arte em seu álbum de estreia:"Violência Visual”

"Violência Visual” é o primeiro álbum de estúdio de DIMAS, cantor e compositor paulista, lançado pelo Selo Rockambole. A escrita do disco é um movimento de catarse para ele, tanto como artista quanto como pessoa. A transformação de traumas em arte é o tema central do debut, fechando cicatrizes e destruindo os fantasmas.


“São cartas escritas em uma década para as pessoas que perpetuaram diversas violências na minha vida. As letras podem ser enxergadas como uma história contada diretamente, narrada a um remetente, mas feitas para gerar identificação com quem quer dizer as mesmas coisas que eu mas ainda não teve chance.”, reflete o artista.


DIMAS sofreu bullying e perseguição por um grupo supremacista durante seus anos no colégio. “Essa história mudou minha vida, pois eles fizeram um inferno na terra. Tive de me esconder, fui agredido fisicamente, ameaçado de morte, me assumi de forma forçada para a minha família e sai da escola escoltado pela ronda escolar. Todo o imbróglio durou cerca de 4 anos, e só acabou no meu primeiro ano de graduação.”, relata ele. As composições de “Violência Visual” foram uma maneira de pôr fim a esse momento de sua vida e retratar sua resiliência.


O lançamento do álbum vem acompanhado do clipe da faixa homônima, dirigido pela Provoke (@prvk.art). A música pesada ganha um trabalho audiovisual inspirado em fashion films, DIMAS procura fugir do que o público espera ser um clipe de rock progressivo. São três looks, três maquiagens e cabelos diferentes, uma produção que busca conectar a mensagem da letra com o conceito visual. Veja aqui.


Com dois singles já lançados, "Medo" e “Veneno Fatal” , “Violência Visual” é uma obra cronológica que explora os inúmeros sentimentos do compositor. A questão identitária dele não pode ser deixada de lado, “Como tenho uma história pesada, triste e que reflete o país que mais mata LGBTs no planeta. Durante as faixas, trago as fases que enfrentei, da extrema melancolia, cicatrizes à desassociação pelo trauma, reconhecimento de força e levante.”, afirma o cantor.



Os instrumentos de corda são protagonistas nesse álbum, o baixo em destaque, a guitarra viajando por diferentes gêneros musicais e choros. Os sintetizadores pesados também estão presentes. As influências englobadas pelo artista passam por Rita Lee, Lana Del Rey, The Black Keys e Mitski. Além do objetivo de tentar ressignificar o rock para algo além do imaginário geral, “fora da síndrome de underground.”, como explica o cantor.


“Espero que as pessoas que buscam uma música para retratar seus momentos de tristeza pós trauma e que se sentem de alguma forma oprimidas, tenham um lugar honesto e cru de identificação. Pois eu nunca encontrei nada que dissesse exatamente o que eu sentia, por isso criei esse disco, pois sei que tem pessoas que sentem exatamente o que eu senti todos esses anos.”, medita DIMAS.

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