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Dez anos sem Inezita Barroso: o legado de Viola Minha Viola e as homenagens à “Rainha da Música Caipira”

Foto do escritor: Guilherme MoroGuilherme Moro

Em 8 de março de 2015, morreu Inezita Barroso, a “Rainha da Música Caipira”. Neste fim de semana, completam dez anos de sua partida. A artista faleceu no Dia Internacional da Mulher, fato que pode ser encaixado naqueles bonitos acasos do destino, pela luta e resistência de Inezita para que a mulher tivesse espaço no mundo da música.

Em 2025, ela completaria 100 anos e será homenageada pela segunda edição do Viva Viola!, no Sesc 24 de Maio, em São Paulo.


Inezita Barroso |  Crédito: Nilson Silva
Inezita Barroso |  Crédito: Nilson Silva

Durante 34 anos, ela comandou o Viola Minha Viola, programa dominical exibido ininterruptamente de 1980, até hoje pela TV Cultura. Criado num período onde a música caipira, como era chamada a música sertaneja, ainda não havia ganhado projeção popular, a atração atingiu o patamar de histórico sob apresentação de Inezita.


No entanto, a primeira dupla de apresentadores foi Moraes Sarmento, lendário radialista campineiro, e Nonô Basílio, compositor de mais de 500 músicas, e apelidado por José Rico como o “Professor da Música Sertaneja” em declamação na música “Lágrimas Que Choram”.


A dupla, no entanto, ficou no ar por pouco tempo. No ano seguinte, Nonô Basílio foi substituído por Inezita, que fez dupla com Sarmento até a morte da lenda do rádio, em 1997. Desde então, a “Rainha” passou a apresentar a atração sozinha, até 2014.


Moraes Sarmento (à esquerda) e Nonô Basílio (à direita), durante o Viola Minha Viola
Moraes Sarmento (à esquerda) e Nonô Basílio (à direita), durante o Viola Minha Viola

Nos primeiros anos, o programa captou importantes registros dos primeiros anos da música sertaneja, com depoimentos inéditos de figuras pioneiras como João Pacífico, Zilo & Zalo, José Fortuna & Pitangueira e inúmeros outros.


A partir do momento que Inezita assumiu a atração, novos nomes se uniram ao resgate de artistas do passado. Um dos músicos que estiveram presentes neste período é André Fernandes. O multi-instrumentista e produtor musical integrou o projeto de 2006 a 2012 e vivenciou muitas hitórias ao lado de Inezita.



Entre os momentos vivenciados nesta época, Fernandes destaca o momento que se deu conta do tamanho da dimensão de ser um dos músicos do programa e de Barroso.


- São várias passagens marcantes. A primeira foi estar de frente com Inezita Barroso, deusa e rainha da música caipira, até hoje. Ela não gostava que se falava música sertaneja. Ela dizia que estávamos em São Paulo, onde não havia sertão. Ela gostava que chamasse ela como uma cantora de música caipira. Lembro de um show dela em Sorocaba (SP). Foi aí que tive a dimensão do que significava para a música brasileira. Eu sabia que era uma pessoa de notoriedade nacional, porém uma coisa é a teoria, outra é a prática. Saímos do show com cordão de isolamento - relembra.

André Fernandes durante o programa Viola Minha Viola (Foto: TV Cultura)
André Fernandes durante o programa Viola Minha Viola (Foto: TV Cultura)

André integra a banda de Mococa & Paraíso há 18 anos e faz apresentações com outros artistas pelo Brasil. O músico define sua passagem pelo programa como fundamental para seu sucesso profissional.


- O assunto Viola Minha Viola, além de interessante, é cultural. Não sabemos se existirá um programa com essa dimensão. Hoje eu posso dizer que o Viola me deu tudo o que eu tenho. Casei pelo Viola, tudo - finaliza

Uma das representantes desta nova leva de artistas que o Viola Minha Viola revelou, é a cantora e violeira Bruna Viola. A artista passou a ter projeção através de suas aparições ao lado de Inezita. Bruna considerava a apresentadora como "uma mãe".


- Ela foi 100% importante em tudo na minha carreira. O meu trabalho começou a ser divulgado e visto muito por conta do programa dela. Muitos contratantes e shows vieram através da dela, além de outros convites para demais emissoras. A fala que sempre chegava até mim era: 'te vi no Viola Minha Viola'. A Inezita foi tudo na minha carreira. Além de uma referência, ela foi uma mãe pra mim - afirmou ao Música Boa.

Inezita Barroso e Bruna Viola | (Foto: Arquivo Pessoal)
Inezita Barroso e Bruna Viola | (Foto: Arquivo Pessoal)


 
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