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Bring Me The Horizon protagoniza volta antológica ao Brasil

Foto do escritor: Beatriz EgydioBeatriz Egydio

Atualizado: 9 de dez. de 2024

Um verdadeiro espetáculo, que envolveu a plateia e marcou a história da banda, sendo o maior show de suas carreiras até hoje.


A banda de Sheffield, no Reino Unido, começou em 2004 e desde então, só cresce. O Bring Me The Horizon já passou por algumas transições musicais e hoje, 20 anos depois do início, eles contam com uma legião de fãs disposta a apreciar todos os gêneros que a banda mistura e incorpora com precisão. O show do último sábado (30) foi prova disso.


Foto: @anendorf

As apresentações começaram por volta das 16h30, com as bandas de abertura. The Plot In You, Spiritbox e Motionless In White cumpriram com muita propriedade a função de 'esquentar' a plateia. Com vários moshpits e trilhas de sucesso, a gente vivenciou uma escolha certeira de bandas.


Um dos momentos mais emocionantes foi protagonizado por Courtney, vocalista do Spiritbox. Quase ao fim do show, ela chama a atenção do público para dizer que aquele dia estava provando que o lugar de bandas de metal é em estádios lotados e com todos os ingressos vendidos. Mesmo depois de curtir muito esse esquenta, o Allianz Parque deixou suas energias mais fortes para aproveitar o show principal, do Bring Me The Horizon.


Assim como reiterado diversas vezes pelo vocalista, Oliver Sykes, este foi o maior show do Bring Me The Horizon. Com esse público gigante nas mãos, a produção não economizou nas experiências visuais. Ao longo das duas horas que estiveram em palco, a banda entregou uma performance roteirizada. Com personagens virtuais que apareciam ao longo do show, o público experiênciou uma viagem até uma distopia com estética inspirada no cyber punk - conceitos visuais que vem vem sendo explorados pela banda nos últimos anos. A plateia foi surpreendida com shows pirotécnicos, confetes, jogo de luzes e fogos de artifícios. Mas, a maior novidade foi a interação gráfica dos telões com o Ollie. Durante algumas músicas a figura do vocalista, e do público, nos telões era modificada, ao vivo, com imagens criadas digitalmente.


Iniciando com o sucesso DArkSide, a plateia viveu uma experiência emocionante. A banda seguiu o show com alguns sucessos dos albúns "That's The Spirit", "Post Human Horror" e o mais recente, "Nex Gen" que fez a plateia cantar tão alto, que era difícil escutar o próprio Ollie. Depois de algumas conversas sinceras - em português - com o público, Oliver acende um sinalizador no topo do palco e então, o estádio vai a loucura ao som de "Shadow Moses".


O sucesso do albúm "Sepiternal" veio acompanhado algumas experiências visuais, incluindo um ritual, denominado pela banda de "banimento do pentagrama menor" - o qual convovou os fãs a acessarem um local espiritual chamado YOUtopia - performado por um personagem digital nos telões. O termo "Youtopia" foi utilizado diversas vezes ao longo do show e do novo álbum, NExGen. A definição do termo é dada como "um encontro numa existência inautêntica, regulada pelo totalitarismo digital e tecnológico. Youtopia é uma distopia".


Após esse momento, começou a música n/A, seguida de outro clássico da banda, Sleepwalking. Com introdução no piano, o público aproveita cada instante da música que vem carregada de emoção, tanto por parte dos fãs, quanto por parte do Ollie. Essa música, e o sucesso Doomed, causam um sentimento de nostalgia. Quem acompanha a banda há alguns anos aguardou com ansiedade ouvir esses sons ao vivo - os quais foram entregues superando toda e qualquer expectativa.


Foram diversos momentos de tirar o fôlego, mas é impossível encerrar esse texto sem mencionar a participação do funkeiro MC Lan e Di Ferro, performanco Antivist. Eles subiram no palco e marcaram um momento histórico de intersecção de gêneros. Essa cena representa o Brasil, tanto quanto o fãs vestido de Jesus, acendendo um sinalizador na pista. Foi um momento histórico que o rock/emo brasileiro juntou-se ao funk e cantou um hino do nu metal britânico.


Na reta final, o Ollie desceu para cantar Drown, agarrado ao público e para fechar com chave de ouro o maior show da carreira, o Bring Me The Horizon tocou a música Throne. Na ponte da 18° trilha do show, que compõe o álbum "That's The Spirit", o público todo foi para o chão e, na transição para o refrão, pulou como se aquela realmente fosse a última noite de suas vidas.

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