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Foto do escritorGuilherme Moro

Após 22 anos, Planet Hemp lança álbum “Jardineiros”

“Quando o instrumento do medo não funciona, a gente adquire um poder inimaginável”. É com esta frase, cunhada por Marcelo Yuka durante entrevista em 2016, que o Planet Hemp abre o álbum “Jardineiros”.



Já disponível nas plataformas de áudio pela Som Livre nesta sexta-feira (21), o grupo mostra que o discurso combativo que sempre caracterizou a banda está de volta. Apesar da energia de indignação ser o combustível para uma gama de mensagens questionadoras ao longo das 15 tracks, o primeiro projeto de inéditas da banda após um hiato de 22 anos tem como missão semear idéias, visões e utopias - ouça aqui.

"É importante lembrar que não existe apenas um caminho no mundo, nem dois apenas, mas vários. Queremos trazer essa pluralidade de volta e podemos dizer que ela se expressa de todas as formas, inclusive na quantidade de estilos presentes no álbum", diz BNegão.

A faixa “Jardineiro” - que inspirou o nome do álbum - traz versos diretos: “Jardineiro não é traficante / Ouça o que eu tô lhe dizendo, cumpadi, não compre, plante”. “O disco nasceu de uma ideia de coletivo, de fazer deste novo projeto mais que uma banda, e sim um movimento que une vários produtores diferentes, artistas, públicos de diferentes gerações, ideias e referências", completa Marcelo D2.


Crédito: Fernando Schlaepfer

Com formação atual composta por Marcelo D2, BNegão, Formigão, Pedro Garcia e Nobru, neste aguardado novo trabalho, o Planet Hemp usa como referências a sua própria caminhada e o momento atual do país para escrever este novo capítulo da sua história: valoriza o passado, mantém os pés firmes no presente, mas sem perder de vista o futuro. Unindo o melhor dos dois universos, “Jardineiros” traz reflexões acerca de temas como a crítica à política sobre drogas (como em “Remedinho” e “Jardineiro”) e questões sociais (presente em “Eles Sentem Também” e “Veias Abertas”, entre outras), ao mesmo tempo em que expande o leque de sonoridades, se unindo a nomes como MC Carol de Niterói (que aparece em “Onda Forte”) e o jovem trapper argentino Trueno (feat em “Meu Barrio”).

Este disco carrega a diversidade do Planet Hemp, não tem uma música muito parecida com a outra”, comenta BNegão sobre a safra de 15 faixas selecionadas para o projeto. "Os temas importantes pro grupo estão presentes nas letras, apresentados de forma nova, com outros pontos de vista".

Uma das faixas de destaque do álbum é “Taca Fogo”, um punk trap que não se furta a fazer críticas ao cenário político atual brasileiro e que começa com a chamada “Está no ar a Rádio Libertadora”, em referência ao pronunciamento do revolucionário Carlos Marighella durante a tomada da Rádio Nacional. Com trechos como “Olho pra minha coroa e o sorriso dela me fez acreditar / Aquele telefonema, quando eu tava preso, pra não parar de lutar", a faixa contará ainda com um videoclipe dirigido por Marcelo D2, a ser lançado na próxima terça-feira (25 de outubro), às 16h20min.

Embalada na batida do miami bass, “Ainda” - outra faixa certeira do disco -, resgata não só a fama do grupo por seu histórico com a cannabis, mas também a estética da música carioca na década de 90, época de seu surgimento na cena underground.

Dentro desta coletividade sonora, além das já citadas participações de Trueno e MC Carol, e de Criolo - feat do primeiro single desta nova leva lançado pelo grupo, “Distopia” -, estão ainda Black Alien (integrante honorário da Ex Quadrilha da Fumaça, que participa na faixa “O Ritmo e a Raiva”), Tropkillaz (“Ainda”) e Tantão e Os Fita (“Veias Abertas”). O disco foi produzido pela própria banda, ao lado de outros grandes nomes da indústria como Mario Caldato, responsável pela finalização do álbum em Los Angeles (EUA), Nave e Zegon.

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