No final de outubro de 1972, um grupo de dezesseis músicos paulistanos se juntou para dar início a um projeto ousado: criar a primeira big band brasileira a colocar em primeiro plano o talento e individualidade de cada um de seus integrantes, tocando exclusivamente em palcos e não em bailes.
À frente do projeto, um jovem pianista e arranjador recém-chegado dos Estados Unidos, onde havia sido o primeiro brasileiro a cursar o prestigioso Berklee College of Music, Nelson Ayres. Para comemorar essa história de 50 anos, o SESC Pinheiros programou um grande espetáculo do grupo, no palco do Teatro Paulo Autran, no dia 22 de outubro, às 21 horas.
Durante toda a década de 70, a NELSON AYRES BIG BAND lotou casas noturnas e teatros em suas apresentações semanais, empolgou plateias de estudantes no Circuito Universitário e se tornou um modelo para muitas outras orquestras que seguiram sua receita, como a Banda Mantiqueira e a SoundScape. Seu sucesso foi fundamental para a explosão do impactante movimento de música instrumental dos anos 80. Alguns jovens músicos estavam sempre presentes no público que lotava as apresentações da big band, e é por sugestão deles que a NELSON AYRES BIG BAND renasceu em 2015, com repertório totalmente renovado mas sempre mantendo ideal de mostrar o que há de melhor na música brasileira.
No repertório do espetáculo estão OLÉ! (Nelson Ayres), ORGANDI E GOMALINA (Nelson Ayres), AMPHIBIOUS (Moacir Santos / arr. Nelson Ayres), A ARTE DE VOAR (Nelson Ayres), CORCOVADO (A.C. Jobim / arr. Nelson Ayres), NA GLÓRIA (Raul de Barros / arr. Nelson Ayres), LUGAR COMUM (J. Donato, G. Gil / arr. Nelson Ayres), BANANEIRA ( João Donato / arr. Nelson Ayres), PAR CONSTANTE (Guinga / arr. Nelson Ayres), MEIO DE CAMPO (Gilberto Gil / arr. Nelson Ayres), VITOR (Nelson Ayres), SÓ XOTE (Nelson Ayres) e GREETINGS AND SALUTATIONS (Thad Jones).
SOBRE NELSON AYRES
Além de ser o criador da NELSON AYRES BIG BAND, é também fundador do grupo Pau Brasil, quinteto de música instrumental com mais de 40 anos de atividade ininterrupta. Na década de 90 foi regente e diretor artístico da Orquestra Jazz Sinfônica, tendo regido programas de música brasileira em várias orquestras sinfônicas no Brasil e no exterior, incluindo a Filarmônica de Israel, considerada uma das melhores do mundo. Suas atividades atuais incluem uma parceria de mais de 10 anos com a cantora Mônica Salmaso, a regência e direção da Orquestra Jovem Tom Jobim, e seu trio com o saxofonista inglês John Surman, um dos maiores expoentes do jazz europeu.